O mundo amanheceu azul e vermelho, com algumas fumaças laranjas. Um novo holandês foi campeão mundial, dessa vez, na Formula 1. Max Verstappen, 24 anos de idade, sétima temporada, 20 vitórias. O mais novo rei da F1 tem números impressionantes com tão pouca idade, ainda mais sabendo que este derrotou um heptacampeão mundial.
Em 2021, foram 22 corridas e 18 pódios, sendo 10 vitórias e oito segundos lugares. Nas quatro corridas que ficou fora do pódio, ele teve problemas: no Azerbaijão sofreu um estouro de pneu a três voltas do fim, liderando a prova; em Silverstone, tomou um toque de Hamilton na primeira volta, quando disputava a liderança da corrida; na forte chuva da Hungria, Valtteri Bottas deu um 'strike' em metade do grid na largada, Verstappen foi uma das vítimas; e por fim em Monza, onde ele realmente foi culpado pela colisão com Lewis quando voltava dos boxes.
Todas corridas que poderia ter abocanhado tranquilamente um pódio, e tinha potencial para isso. Teríamos um título muito mais lógico em uma temporada mais da mesma, mas quis o destino que fosse épica.
Quem iria dizer que um campeonato disputado em 22 etapas chegaria na última rodada com os dois postulantes ao título exatamente EMPATADOS?
Falando agora de Lewis, mais uma temporada sólida do heptacampeão. Foram oito vitórias e 17 pódios, sendo oito segundos lugares e um terceiro - na Bélgica, corrida que não aconteceu. Das cinco provas que não subiu ao pódio, no Azerbaijão, passou reto na primeira curva quando podia vencer; foi sétimo em Mônaco, pior prova do inglês no ano; quarto na Áustria; encavalou o carro com Vertappen em Monza; e foi quinto na Turquia.
Largando da pole position, Verstappen reage mal e é ultrapassado por Hamilton. Na curva nove, o holandês foi para cima, e Lewis espalha o carro retornando na primeira colocação. A manobra do inglês foi bem controvérsia, mas a direção de prova não interferiu no lance, e a vantagem do heptacampeão foi aumentando gradativamente.
Outro grande lance da prova foi o duelo entre Pérez e Hamilton. O mexicano, que ainda não havia parado, segurou por um pouco mais de uma volta os ataques do britânico. E a distância entre os postulantes ao título foi de dez para um segundo.
Com Lewis se distanciando novamente, o caneco estava na mão, se não fosse por uma batida de Latifi a oito voltas do fim. O carro de segurança entrou e a vantagem, que era de 11 segundos, se tornou nada. O holandês ainda parou para colocar pneus macios e fez uma belíssima ultrapassagem na última volta!
O merecido título veio, suado, na última volta, como numa trama de cinema, mas que coroou o melhor piloto de 2021. Num roteiro de temporada jamais escrito por nenhum cineasta e que realmente vai deixar marcado por anos como uma das melhores competições da história do esporte.