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A segurança nas construções e edificações em destaque

No Agora, Som Maior reuniu especialistas para analisar desabamento da plataforma do Rincão e outros riscos que vivemos no cotidiano

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 14/09/2020 - 11:25 Atualizado em 14/09/2020 - 11:28
Fotos: Marciano Bortolin / 4oito
Fotos: Marciano Bortolin / 4oito

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Já há um histórico preocupante na região. Desde o desabamento da agência dos Correios - com quatro mortes em 2005 - até a queda de uma casa em maio de 2015, que deixou três vítimas em Criciúma, existem outros registros de riscos que se correm no cotidiano por conta de erros em construções, falta de manutenção ou desrespeito a normas de engenharia. Ou todos esses fatores ao mesmo tempo.

O desabamento de parte da plataforma sul do Balneário Rincão, neste domingo, 13, voltou a despertar a atenção para esses problemas. Nesse caso, não houve vítimas, embora houvessem cinco pessoas sobre a estrutura no momento do desabamento, levando-se em conta que ela encontra-se interditada e sem acesso de público há mais de cinco anos.

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Esses problemas pautaram o debate desta segunda-feira, 14, no programa Agora, na Rádio Som Maior. "Estava visível que, cedo ou tarde, aquela plataforma iria desabar", afirmou o coordenador regional da Defesa Civil, Rosinei da Silveira. "Quando interditamos, sugerimos o desabamento. Foram colocadas placas de sinalização e proibida a entrada", lembrou. "Havia um grupo que lutou contra a interdição na época, continuaram desobedecendo e usando. O juizado determinou o fechamento por completo", destacou. "Estava em risco iminente. Havia uma moradora que estava lá, a retiramos. Rachaduras na construção, desnível, era uma série de sinais de que a plataforma estava se rompendo", advertiu.

Rosinei da Silveira, coordenador da Defesa Civil na região

O professor Márcio Vitto, do curso de Engenharia Civil da Unesc, entende que a plataforma resistiu até mais que o previsto. "Até demorou para cair. A gente percebe que, muitas vezes, aparecem patologias que não precisam apresentar todos esses fatores que apresentou há muito tempo. Basta alguns fatores que consideramos de risco, já é o suficiente para tomar os devidos cuidados", afirmou. "Trabalhamos na área de estrutura, é impressionante o excesso de confiança das pessoas, que subiam nessa plataforma, que no verão colocavam guarda-sol e carros ali. No caso da plataforma eram muito visíveis os problemas", reforçou. "A plataforma resistiu ao ciclone e a outras intempéries", emendou.

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Não é tão simples demolir

Embora seja um tanto óbvia a necessidade de demolição da plataforma, há diversos poréns a serem levados em conta. "Existe um processo, é preciso que Município e União conversem para ver quem é o responsável, trata-se de uma intervenção cara", observou Rosinei. "Não é só colocar a máquina e derrubar, tem que achar o local para colocar o entulho, que não pode ser colocado em qualquer lugar, e tem o mar", observou Vitto.

Professor Márcio Vitto, da Unesc

Ouvintes questionaram os entrevistados sobre eventuais riscos que estejam sendo enfrentados na plataforma Norte, que segue em operação normal, ao contrário da localizada no sul. "Fizemos uma vistoria ali há cinco anos e não havia desníveis, nem riscos, nem danos. Mas cabe à Defesa Civil municipal o acompanhamento e novas observações", comentou Rosinei.

A necessidade da manutenção

Desafios do cotidiano em nível de construções e segurança também foram comentados pelos convidados. "A plataforma, nos anos 90, atendia as normas técnicas da época. Hoje está fora das normas, no que tange ao cobrimento da armadura, que é o espaçamento da parte externa com armadura", ponderou o professor Alexandre Vargas, também da área de Engenharia Civil da Unesc. "As pessoas imaginam que as obras duram a vida inteira, tudo na vida precisa de manutenção. Temos a manutenção preventiva, a corretiva, e vários estudos apontam que uma manutenção corretiva pode custar 125 vezes do que se a obra fosse bem feita e seguisse as normas técnicas. Na verdade, toda obra tem que vir acompanhada de um plano de manutenção além de seguir as normas vigentes", explicou.

Entre os detalhes lembrados estão, ainda, a ocupação irregular de marquises, os danos causados em pilares, ou até remoções em estruturas de contenção. Ouça o programa completo no podcast:

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