Em entrevista à Rádio Som Maior, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, falou sobre os primeiros dias de sua gestão, os desafios do Executivo e a reforma administrativa do Estado. Ainda, temas como educação e saúde estiveram na pauta.
Na introdução da conversa, o governador comentou sobre a atual conjuntura do estado em termos financeiros. Ainda nesta segunda-feira (23), Mello deve se reunir com representantes do Poder Executivo, Legislativo e Ministério Público na Casa Agronômica para debater o tema. Os dados, posteriormente, serão divulgados à imprensa.
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“A situação de Santa Catarina não é aquela belezura que o ex-governador falava”, afirma. “Vamos mostrar para a sociedade um levantamento feito dos últimos 10 anos da evolução de despesas, receitas, tipo de gastos, qualidade de gastos e por aí afora”, complementa.
Mello diz que não há pressa para fazer a reforma administrativa
Jorginho Mello quer fazer uma reforma administrativa no Estado de Santa Catarina. E, quanto a isso, o governador afirma que o processo está sendo feito "dentro dos conformes e com responsabilidade". À Rádio Som Maior, o político comenta que ela será feita através de uma Medida Provisória por meio da Assembleia.
"Reforma todo mundo gosta de fazer para gastar. Eu faço para diminuir o gasto. A determinação ao secretário Moisés é que nós estamos criando secretarias, mas o corpo delas, há muitas funções que nós estamos suprimindo. Estamos fazendo um enxugamento no organograma, na estrutura do Estado como um todo, para que não gere despesas", detalha.
O governador admite que nao há pressa em fazer a reforma administrativa. "A Assembleia começa dia 1°. Vou fazer por Medida Provisória, ela vige imediatamente e, depois, a Alesc temos prazo de 120 dias para se pronunciar. Não está nada atrasado e nada adiantado. Está tudo dentro dos conformes, com responsabilidade, fazendo a criação de algumas secretarias que são necessárias para que o Estado de Santa Catarina possa andar mais rápido", completa Jorginho Mello.
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Um exemplo é a criação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. "O Estado precisa disso. Santa Catarina é diferenciada, que tem um potencial enorme, que precisa de alguém qualificado, competente e vigilante diuturnamente para que a gente avance. O próprio secretário foi indicado pela Acate [Associação Catarinense de Tecnologia]", afirma o governador.
Outra pasta de extrema importância para o desenvolvimento de Santa Catarina, na avaliação de Jorginho Mello, é a Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias. "Não é novidade para ninguém que nós precisamos dar uma atenção especialíssima para esses setores. O Porto de Itajaí está com uma dificuldade danada porque seria concessionado", enfatiza.
"Nós temos que trazerturistas, alargar pistas, melhorar a estação de passageiros, reduzir um pouco o imposto de combusítivel para que uma companhia consiga voar em todo o Estado de SAnta Catarina com linhas curtas. Enfim, tem que cuidar de muita coisa nesta área", ressalta o governador de SC.
Faculdade Gratuita será implantada dentro do prazo
Durante a campanha, uma bandeira importante de Mello foi a educação. De acordo com o governador, o projeto Faculdade Gratuita - que prevê ajuda financeira aos estudantes -, está assegurado e deve ser implantado dentro do prazo previsto.
“Já fizemos a primeira reunião com o professor Cimadon e toda a equipe de Educação e da Fazenda, sobre a preparação para que, no segundo semestre deste ano, a gente possa implantar. Estamos procurando recursos e cortando gastos, desperdícios e locais que estão vazando recursos. Estamos fazendo um pente fino no Estado para viabilizar recursos porque nós vamos gastar R$ 2 bilhões por ano. Hoje, são gastos R$ 500 milhões”, afirma Mello.
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Entre os critérios para ter direito ao projeto, o estudante precisa residir ao menos cinco anos em SC e, depois de formado, retribuir com trabalho.
“Nós temos um critério, que o empresário abastado que tem um filho estudante, será feito de forma organizada e consensual para que ele devolva pelo menos a metade do valor que o Estado investir. Porque, como nós vamos universalizar, não vamos ver a camada social do aluno. Mas, pela consciência que nós queremos instalar, queremos que o empresário bem sucedido devolva para um fundo estadual um valor de 50%”, explica.
Para a Fesporte, Mello busca alguém de renome nacional
A Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) ainda não tem um presidente nomeado pelo governador Jorginho Mello. O político afirma que busca uma pessoa com renome nacional. Ele conta, ainda, com ajuda do ex-tenista Gustavo Kuerten, o Guga; e a sua mãe, Alice Kuerten, secretária de Ação Social, Mulher e da Família de Santa Catarina.
"Eu estou procurando um atleta de nome nacional. O próprio Guga e a dona Alice estão me ajudando para que a gente consiga dar um novo formato para a Fesporte. As outras funções, vou preencher com gente do Sul, da Grande Florianópolis. Tenho mais ou menos pensado. Mas, a presidência eu queria dar para uma figura de renome", afirma Jorginho Mello.
"Quero fazer um grande Jogos Abertos, Olimpíadas Catarinenses, Escolinhas, reformas nos equipamentos de esporte em cada municípío, melhorar o que já tem, criar algo diferente, que orgulhe Santa Catarina e fomente o esporte amador, revelando valores. Então, não tenho ainda consolidado, mas até a virada do mês, a gente vai ter", frisa o governador.