Acélio Casagrande virou a chave. Era secretário municipal de Saúde de Criciúma e agora está entre uma candidatura a vice-prefeito ou uma função no Governo do Estado. Era PSDB e agora será PL. Estava no time do prefeito Clésio Salvaro (PSD) e agora está alinhado a Jorginho Mello (PL). Era coadjuvante e, nos últimos dias, foi protagonista.
Depois de batido o martelo sobre a guinada política, Acélio Casagrande concedeu entrevista ao programa Adelor Lessa, da rádio Som Maior, também com a participação da jornalista Maga Stopassoli.
Ouça, abaixo, a entrevista completa (o texto continua em seguida):
Veja o que disse Acélio Casagrande
Decisão pelo PL
Foi uma decisão tomada com muita responsabilidade, ouvindo muitas pessoas. Desde as pessoas mais simples, até empresários e lideranças. Acho que, depois de 30 anos de passagens com Eduardo (Pinho Moreira), com Paulo (Meller), com (Anderlei) Antonelli, com Raimundo Colombo, com Luiz Henrique da Silveira, depois com Eduardo novamente, com Clésio Salvaro, com tantos gestores e essa trajetória, ela não poderia ser deixada de lado e ser considerada uma possibilidade de estar numa majoritária ou não. Eu me filiei nessa condição, de estar ou não.
Conversas com Jorginho Mello
Nós conversamos muito sobre algumas demandas aqui de Criciúma, do Sul… Eu não gosto de estar em qualquer que seja o local se não for para fazer a diferença. E eu disse com muita clareza, tanto ao Ricardo Guidi quanto ao governador. Só estarei numa majoritária dentro de uma composição construída. E, é claro, existem outros partidos que também devem ser considerados, devem ser ouvidos, devem ter oportunidades de estarem na chapa. E aí não terei problema nenhum em não estar na chapa, em estar no Governo do Estado, contribuindo em alguma pasta que eu possa contribuir.
Secretaria de Estado da Saúde
Ele mesmo (governador Jorginho Mello) ontem já me pediu que conversasse com a secretária Carmen Zanotto. Deverei fazer isso para ajudar em algumas demandas.. No Hospital Santa Catarina, no Hospital São José… Mesmo ainda não estando no Governo, mesmo ainda não estando em local nenhum, as com a experiência que a gente tem, a gente pode ajudar bastante.
Filiação ao Republicanos?
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O Republicanos me abriu as portas também. Na condição em que eu tinha vontade de ser candidato a prefeito e estava procurando alternativas. Mas foi anterior. Foi anterior à filiação ao PL, portanto o que vai valer mesmo é a última decisão.
Saída do governo Salvaro
É um ciclo que se fecha, outro que se abre. Eu nunca escondi do prefeito Clésio Salvaro a minha vontade de ser candidato a prefeito. Ele sempre definiu a sua escolha e a sua posição. E a gente tem que respeitar a posição dele sobre o candidato ser o Arleu. E eu não tenho nada contrário, mas simplesmente tenho que buscar o meu espaço pela minha experiência. E eu percebi e vi no Governo do Estado um vazio assistencial em algumas áreas aqui da região. Eu posso colaborar nesse momento mais, estando no governo ou não. No dia 12, encerrou esse ciclo, que poderia se encerrar somente no fim de maio para quem disputa a majoritária. Mas o prefeito Salvaro entendeu que seria dia 12. Antecipou esse prazo da nossa saída, tanto minha quanto do secretário Arleu. E eu, então, tomei lá atrás essa decisão bem pensada, discutida.
Anselmo Freitas presente na reunião com o governador
(Anselmo Freitas) Tem me aconselhado muito. Ele é um empresário de uma visão fantástica. E ele vinha conversando comigo já ao longo desses últimos 30 dias, sobre ter um programa forte de busca do desenvolvimento para a cidade de Criciúma, com relação a empresas, com relação a agregar valores de matéria-prima, enfim, o Anselmo tem uma visão empresarial fantástica, com quem eu tenho conversado muito. [...]
E por incrível que pareça, na semana passada nós tivemos uma conversa muito boa, quando eu disse a ele: ‘se eu tivesse a condição de ter sido candidato a prefeito, tu toparias estar numa chapa comigo?’ Ele disse: ‘com certeza estaria, porque aí nós faríamos uma gestão voltada para a cidade. Eu acho que eu já tenho uma condição firmada, já dei a minha contribuição no Criciúma, já tenho minhas empresas bem estabelecidas, e eu quero ainda muito contribuir com o desenvolvimento social na cidade’. Ele tem sido um parceirão assim de todos os momentos.
Salvaro sabia da filiação ao PL?
Não, ele não tinha essa informação. Eu também não poderia anunciar antes de sair do governo. Eu preferia encerrar o ciclo e aí, posteriormente, anunciar. Mas eu não tinha comunicado a ele até por questão de respeito. Então, até aquele momento, acredito eu que por mais de quatro anos, fiz o meu trabalho e desenvolvi durante a pandemia e depois. Deixei inúmeros programas montados, criados como referência para o Brasil na área da saúde. Uma gestão com uma equipe que agora está lá, que continua, que é só tocar e buscar inovações, continuar buscando inovações. A gestão eu fiz independente de questão partidária.
Insinuações sobre “traição”
Eu acho que não é traição. Trair seria se eu não tivesse cumprido com o meu papel de secretário da Saúde durante esses mais de quatro anos me dedicando integralmente ao trabalho. Eu vou continuar, espero continuar sendo aquele sempre que fui, independente de partido. Quando eu estava em Brasília, lá estava o Clésio, eu recebia ele no aeroporto independente de partido. Quando ele estava em Florianópolis, eu secretário de Estado, assumi o Hospital Santa Catarina, era de outro partido, era lá com o Eduardo Moreira governador. Sempre fizemos coisas para a cidade independente de partido e eu espero continuar pensando na cidade de Criciúma.
Vai entrar no Governo do Estado?
Eu vou aguardar um pouco. Combinei com o governador ontem que vou, independente de estar no governo nesse momento, eu vou continuar ajudando. O (hospital) Santa Catarina tem alguns problemas já de alguns anos. Em 2018, quando eu ‘puxei’ para o Estado, ficaram ali algumas alas para serem construídas, a ala de oncologia pediátrica, a ala que já era para ter iniciado, mas tem problemas no projeto. O pronto-socorro para ampliar, melhorar, enfim, tem tanta coisa que nós vamos ter que tratar e eu vou ajudar, independente nesse momento de estar no governo.
Planos imediatos
Eu acho que tenho muito que contribuir nesse período, vou fazer alguns trabalhos aí, inclusive para algumas empresas que já estou tratando desse assunto a nível empresarial, mas logo, logo vou voltar para ajudar nessas composições em que não são fáceis e o tempo é curto. São cinco meses e pouco para a eleição, então, eu acho que se é para ajudar, tem que ajudar da melhor forma possível.
Saída do PSDB
Eu me senti muito sozinho. Eu quero agradecer a deputada federal Geovania de Sá, quero agradecer a todos aqueles que ficaram no PSDB. Foram poucos. Eu, no início deste ano, disse ao prefeito Salvaro: ‘fiquei sozinho no PSDB, mas ainda temos aí quatro vereadores. Deixa pelo menos dois vereadores no PSDB, porque senão me enfraquece muito’. E todos foram para o PSD. Todos os vereadores do PSDB migraram para o PSD e eu acabei ficando meio que isolado, sozinho. Então, é o sentimento daqueles que ficaram de muita amizade, que eles podem sempre contar comigo e espero continuar sendo amigo deles.