Criciúma ainda não tem casos confirmados de coronavírus. "Ainda estamos no estágio 1, não tem confirmação, mas não tem entre aspas. Os 25 que estão, e à noite serão 50, estão em análise no laboratório, com certeza nós teremos alguns casos que se confirmarão. Essa é a lógica do Brasil inteiro", projetou o secretário municipal de Saúde, Acélio Casagrande. "Se em São Paulo começou com dois, três, quatro, se no Brasil já são 301 casos hoje e a primeira morte em São Paulo, isso só vai se agravar. Não tem como dizer que em 15 ou 30 dias não teremos mais. Teremos sim o vírus circulando, e queremos evitar ao máximo a circulação", referiu.
Acélio participou do ato com o prefeito Clésio Salvaro no qual, há pouco, eles anunciaram a suspensão de eventos e de missas e cultos em Criciúma. Esse é parte do conteúdo do decreto que será assinado ainda hoje, com validade por tempo indeterminado. "Não dá para fazer por 15 dias pois estamos no início do processo", reiterou. O decreto estadual, referido ontem pelo governador Carlos Moisés, será o modelo. "O decreto do Governo do Estado é muito claro, diz que eventos públicos em locais abertos, no máximo 200 pessoas. Eventos em locais fechados, no máximo 100 pessoas. Restaurantes e bares, com todo o protocolo, devem controlar a distância entre as pessoas, de 1 metro e meio dentro do restaurante, com álcool gel disponível, com limpeza a todo instante. Isso estará no decreto do Estado e o nosso será editado mais ou menos nesse alinhamento", antecipou.
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O secretário lembrou o impacto do coronavírus perante a outras doenças, como o H1N1. "No H1N1 em 2009, a cada 1 pessoa, 1,5 teria o contágio. Hoje é 3 para 1. É muito grave. Estamos em contato direto com especialistas, temos amigos em Brasília que passam informações a toda hora, é uma situação muito difícil e se todos não fizerem a sua parte, vai bater na sua casa", detalhou. Acélio reforçou a importância de as pessoas evitarem eventos e concentrações. "Em uma festa de casamento em Braço do Norte, o paciente está na UTI no São Donato e tem outros que estiveram na festa confirmando o diagnóstico de Tubarão, pois foram na festa. E outros apavorados, pois estiveram na festa. Cada um tem que puxar pra si, pois se acontecer algo assim em uma festa que cada um poderia fazer, vai bater no órgão público", sublinhou. "A Argentina já proibiu, não entra, não sai. O Brasil ainda está com as fronteiras abertas. Esse tipo de reunião está sendo feita para que cada um puxe para si a responsabilidade, e cabe ao setor público tomar suas medidas", completou.
Ouça o pronunciamento do secretário Acélio Casagrande: