Se os Estados Unidos têm a “super terça”, Criciúma viveu, nesta semana, a “super quarta”. O evento do PSD foi protagonizado por Arleu da Silveira e Ricardo Guidi, que partilham do mesmo partido, mas não do mesmo projeto eleitoral. Presentes no AM Master Hall, Adelor Lessa e Maga Stopassoli traçaram o panorama do impacto da noite dessa quarta-feira (6) nas eleições criciumenses de 2024.
Ouça abaixo, na íntegra, o Plenário, quadro do programa Adelor Lessa, desta quinta-feira (o texto continua a seguir):
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“O Arleu lançou sua candidatura, foi uma festa. Se não tivesse o Guidi no ato, seria uma grande noite para o Arleu da Silveira. Uma grande festa, uma noite histórica, um grande lançamento. Mas, no meio do caminho, teve o Guidi, que roubou a cena e acabou rivalizando. Foi um grande evento. O maior evento dos últimos tempos em Criciúma. Um grande ato. O AM Master Hall é grande, estava completamente lotado, tomado. Um grande evento e capacidade de mobilização”, relatou Adelor Lessa.
“O PSD não brinca em serviço quando é para mobilizar o seu time”, sintetizou Maga Stopassoli.
Os jornalistas pontuaram que a disputa interna não é estritamente entre Arleu da Silveira e Ricardo Guidi, mas entre este e outros membros relevantes do PSD, como o deputado estadual Júlio Garcia e o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro. “O Arleu fez um discurso sem ataques. Ele faz um discurso direcionado para o futuro eleitor dele, para os apoiadores. O Guidi também”, afirmou Maga.
O impacto das vaias a Ricardo Guidi
Adelor e Maga consideraram o momento em que Ricardo Guidi foi vaiado como um ponto decisivo no rumo que o evento tomou, com destaque para a forma como o político se portou em um momento desfavorável.
“Fazer o enfrentamento a uma vaia não é tarefa fácil. Com público cheio, com mais de duas mil pessoas num salão. Você sobe no palanque, enfrenta uma vaia e você faz o enfrentamento a uma vaia. Tem que ser forte e tem que ter coragem, porque corre o risco de a vaia aumentar. Se não dosar corretamente, a vaia pode aumentar e tu estás morto. E ele fez o enfrentamento e ele dominou. Quando ele fez o enfrentamento, cessou imediatamente”, analisou Adelor.
Para Maga Stopassoli, a situação obrigou o deputado federal licenciado a agir com autenticidade.
“Ele se saiu muito bem. Ali a gente viu um Ricardo Guidi que a gente não está acostumado a ver. Um Ricardo que, às vezes, não responde, dá uma escapadinha por aqui, outra por ali, para não dar a resposta que ele quer dar. Ali ele foi ele”, analisou Maga.
Os jornalistas cogitaram que esse episódio pode apontado como justa causa para que Guidi mude de partido sem perder o mandato federal. A legislação prevê essa possibilidade em casos de “grave discriminação política pessoal”.
“O que o Ricardo vai fazer, a gente ainda não sabe. Mas fica muito evidente que não tem mais clima. A corda se esticou de tal modo que não tem mais clima”, continuou a jornalista.
“O evento de ontem foi marcante e deixou muitas sinalizações. Vai ser muito interessante o desdobramento disso. Os próximos capítulos serão interessantes, impactantes”, projetou Adelor Lessa.