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Ambientalistas preparam ato de aniversário do fim do Morro do Céu

Decreto que extinguiu parque natural completa um ano no próximo dia 15

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 08/02/2022 - 16:22 Atualizado em 08/02/2022 - 16:23
Cerca começou a ser colocada no Morro do Céu em dezembro / Foto: Jurandir Bittencourt
Cerca começou a ser colocada no Morro do Céu em dezembro / Foto: Jurandir Bittencourt

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Ativistas do movimento ambiental de Criciúma anunciam para o próximo sábado, 12, um ato na Praça Nereu Ramos para sinalizar o primeiro aniversário da extinção do Parque Natural do Morro do Céu. Na terça-feira que vem, 15, será completada um ano da aprovação da revogação da lei que mantinha o parque. 

"Gostaria de convidar a população a prestigiar o movimento. Estaremos na Praça Nereu realizando uma intervenção artística para lembrar que está completando um ano da revogação da lei", comentou o ativista Júlio Bittencourt, um dos organizadores da ação de sábado e membro da coordenação do Movimento Salve o Morro do Céu. "Será uma ação com intervenção teatral e panfletagem, a partir das 10h30min", convidou. "Vamos conversar com as pessoas para dialogar sobre a importância desse espaço, que é fundamental não só pela preservação mas manter como uma unidade de conservação", completou.

Como está o Morro do Céu hoje

A diretora de Meio Ambiente de Criciúma, Anequésselem Fotunato, confirma que o parque está oficialmente extinto por força da lei municipal aprovada pela Câmara há um ano. "Neste momento o Morro do Céu foi extinto por lei municipal, o parque não existe, mas a proteção ambiental conferida por legislação federal continua sendo mantida. Nascentes, cursos d´água, vegetação que já são protegidos por lei federal, a extinção do parque não modificou em nada", garantiu.

A legislação veda edificar em boa parte da extensão do parque. "Tem algumas áreas que já não eram possíveis construções por conta de ser parque, agora continuam sendo impedidas as construções que impede atividades em algumas áreas", afirmou. Porém, há outras frações das terras do parque em que é possível construir. "Tem algumas partes que pode se edificar sim, mas a grande maioria não pode, é uma área com muitos cursos d´água, nascentes, vegetação bem densa, mesmo que possa construir precisa de autorização para supressão de vegetação e precisa cumprir algumas regras de manter vegetação de 30% a 50% do local do imóvel, dependendo do local e da vegetação, em alguns casos continua sendo inviável construir", detalhou.

Prefeito defendeu extinção

O prefeito Clésio Salvaro foi o principal defensor da extinção do parque, alegando que a desapropriação do mesmo, na gestão de Anderlei Antonelli (MDB, 2008) gerou dividendos que superam os R$ 100 milhões atualmente em precatórios contra a prefeitura de Criciúma. "Não pensem que o meio ambiente é um pé de tucum, é muito mais do que isso. É desassorear rios, como desassoreamos todos. Não é fazer uma lei e dizer que declarou de interesse público o Morro do Céu e não pagar a conta. Não, isso é comprometer as futuras gerações" disse, no começo do mês, em mensagem na Câmara de Vereadores.

Salvaro lembrou que, atualmente, Criciúma só não deve mais precatórios do que o Governo do Estado em Santa Catarina, e que 25% dos R$ 400 milhões devidos correspondem aos créditos para proprietários das terras do Morro do Céu. "Aqui tem uma comissão que analisa os precatórios. Depois do Governo do Estado, a cidade de Criciúma é a que mais deve precatórios. Os gestores iam lá e diziam, desapropria o Morro do Céu. Baixa um decreto, fácil, tão simples assim. Satisfaz a população. E quem paga essa conta? O terreno é teu, é uma herança, tu ganhou, sonhava em construir algo. E aí deixa. Um dia alguém vai pagar. E um dia essa conta chega. E essa conta ultrapassa R$ 100 milhões", finalizou.

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