Em entrevista ao Programa Ponto Final desta quarta-feira, 01, o pneumologista Renato Matos afirmou que “andar em lugar fechado sem máscara é roleta russa”, em que “a ‘balinha’ pode estar no tambor e dar problema”. Questionado sobre a expectativa para um final de ano sem máscaras, o médico disse que essa questão dependerá do “comportamento das pessoas e da vacinação”. Segundo ele, apenas uma dose de vacina não garante uma proteção suficiente, com a taxa de eficácia em torno de 30%.
Matos relatou que muitos pacientes atendidos por ele, que tomaram apenas uma dose, justificaram a ausência da segunda por relaxamento. Ainda sobre o esquema vacinal completo e o receio de sintomas, o pneumologista justificou que não existe uma correlação entre efeito colateral na primeira e na segunda dose, pois é oferecido “um efeito imunológico desconhecido para o nosso corpo” no primeiro momento, mas a complementação é “geralmente mais tranquila”, já que as células já trabalham para garantir a proteção.
O doutor Renato Matos alertou ainda sobre a possível chegada de novas variantes, como a Delta, e caso ela chegue à região, “teremos problemas extremamente sérios”. No Rio de Janeiro, exemplificou, os casos dessa variante já são 86% das amostras. O receio do pneumologista contrasta, segundo ele, com a situação “maravilhosa” da cidade e com “o grande trabalho” do secretário de Saúde de Criciúma, Acélio Casagrande. O médico afirmou que “não existe nenhuma justificativa plausível” para que a Delta não chegue, por conta do número de pessoas com o esquema vacinal incompleto, das aglomerações e do baixo uso de máscaras.