Foi aprovado por unanimidade nesta quarta-feira 15, o PL 339/2021, proposto pelo deputado Marcius Machado (PL) e assinado por vários parlamentares. Conforme a ementa, a proposição altera o Código Estadual de Proteção dos Animais para explicitar a proibição da realização de corrida de cães e do abandono de animais domésticos em Santa Catarina. Em agosto, outra iniciativa, também de autoria de Marcius e com o mesmo objetivo, foi rejeitada pelo Plenário da Assembleia.
A votação desta quarta foi acompanhada por ativistas da causa animal de várias cidades do estado. O autor do PL afirmou que a proposta tipifica a corrida de cães como um crime, além de estabelecer multa para esse tipo de ocorrência. “Uns dizem que é perda de tempo, mas cada um tem um foco para a sociedade, e nós da causa animal queremos sim que eles sejam respeitados, como ser sencientes que são”, afirmou Marcius. “Com esse projeto, vamos dar um basta à corrida de cães e daremos um respaldo para os ativistas da defesa dos animais.”
O parlamentar lembrou que a prática é proibida em países vizinhos, como a Argentina e o Uruguai. No Rio Grande do Sul, as corridas foram proibidas por meio de decreto do governador Eduardo Leite (PSDB). Deputados se manifestaram favoráveis ao projeto de lei. “Estamos falando de respeito, de dignidade”, disse Paulinha (sem partido). “As corridas são algo violento e nocivo, que não têm a ver com Santa Catarina. Se queremos um estado mais íntegro e justo, precisamos do respeito com os animais”, completou a deputada.
Fernando Krelling (MDB), Ada de Luca (MDB) e João Amin (PP) destacaram a importância da matéria, porém criticaram publicações em redes sociais nas quais ativistas afirmaram que deputados seriam favoráveis às corridas de cães. “Criaram fake news, de que somos a favor dos maus-tratos com animais. Ninguém em sã consciência é favorável”, disse Krelling. “Recebi muitas mensagens como se fosse a favor da corrida de cães. Distorcem as coisas”, acrescentou Ada.
Jessé Lopes (PSL) afirmou que a corrida de cães, em si, não pode ser considerada mau-trato. “O que dizem é que em decorrência das corridas, as pessoas maltratam seus animais. E maus-tratos já é crime”, ponderou o deputado, que disse temer pelo extremismo. “Depois, vão querer proibir coisas culturais.” Bruno Souza (Novo) explicou que muitos deputados ficaram confusos quando votaram o projeto que foi rejeitado em agosto. “Houve muito ruído. As corridas de cães já são proibidas”, disse.