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A crise do coronavírus vem atingindo em cheio a economia. E esses reflexos já alcançam os municípios. "Nós estamos preocupados. O governo vive de arrecadação, já caiu 13,84% a nossa arrecadação, e nós temos um custo fixo", referiu o prefeito Clésio Salvaro, em reunião no fim da manhã desta terça-feira, 17, no Paço Municipal. "Manter toda a estrutura, funcionários, contratados, efetivos, não sabemos como fazer. Vamos aguardar o Governo Federal, como vai agir?", questionou. "Parece que já baixou um pacote de R$ 142 bilhões para flexibilizar pagamentos de empresas", completou.
A prefeitura de Criciúma está emitindo decreto para suspender eventos, missas e cultos. Salvaro entende que o Governo Federal já deveria ter agido com mais rigor. "Eu esperava que o decreto viesse do governo federal, de que fechasse as fronteiras. O Ministério da Saúde tem mais condições de cuidar da situacao", sublinhou. "A China, que é uma ditadura, onde vai preso ou morre, lá eles pararam tudo. Foi uma determinação, é assim que funciona. Parou tudo, transporte coletivo, você fica preso em casa. Aqui nós não vivemos numa ditadura, o ideal seria parar tudo, como parar tudo também de uma hora para outra também não dá. O desejo nosso era não estar discutindo esse assunto", refletiu o prefeito.
Municípios preparam decretos
Os municípios da região também estão preparando seus decretos, limitando eventos e criando regras para evitar a propagação do vírus. "Não adianta Criciúma fazer e Içara não fazer, Forquilhinha não fazer. O shopping, por exemplo, eventos todos cancelados. O shopping está aberto, mas com eventos cancelados", lembrou Salvaro. O assessor jurídico da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), Giovani Dagostin, está assessorando as prefeituras que estão preparando seus decretos. "Cada município está fazendo a sua adequação, mas segue um padrão estadual. Treviso, por exemplo, não tem shopping, então adapta o decreto e publica", detalhou o advogado. "Claro que Criciúma repercute mais pois as casas de eventos estão aqui. Estão fechando as creches, escolas. Independente do tamanho, tudo é proporcional", completou Salvaro.
Há preocupação também envolvendo os funcionários da prefeitura, que precisam manter os serviços essenciais. "Você pensa que está sendo fácil aqui na prefeitura? Parar tudo, mas e os funcionários da Saúde? Eles também são gente. As unidades de Saúde precisam trabalhar, as farmácias precisam estar abertas", finalizou o prefeito.
Salvaro concederá uma entrevista coletiva às 17h para atualizar as informações sobre a pandemia de coronavírus e seus efeitos em Criciúma.
