“Era cena de filme, não dava para imaginar que era em Criciúma isso”. A frase é uma tentativa de Lucimara Benedetti Cardoso para tentar expressar o que presenciou na noite passada. A gerente de uma loja de roupas e uma colega de trabalho por pouco não ficou frente a frente com os assaltantes na madrugada dessa terça-feira, 1º.
Como é tradicional nesta época do ano, elas estavam montando a árvore de Natal para decorar a vitrine da loja da Rua João Pessoa. “Estávamos montando a árvore de Natal para decorar a vitrine da loja da Rua João Pessoa e fizemos uma para levar para a loja da Praça Nereu Ramos também. Íamos trazer à noite, até comentei com a minha colega em deixar para hoje porque já estava tarde, mas a sorte que a gente subiu para trazer a árvore senão íamos pegar o tiroteio, só cheguei na porta da loja, fui abrir, começou o tiroteio”, relata.
Ela conta que na hora já imaginou ser um tiro. “Falei para ela que era tiro, ela achou que era rojão, eu falei de novo que era tiro e entramos. Começamos a ficar desesperadas. Começamos a ver nos grupos de Whatsapp, a família começou a ligar, ficamos dentro da loja nos fundos da loja, e os tiros não paravam, o barulho era horrível”, diz.
Protegidas na lojas por 2h30min
Elas permaneceram na loja por volta de 2h30min. “Quando parou a gente olhou, vimos a movimentação dos carros, eles estavam indo devagar, com o pisca alerta ligado, como se nada tivesse acontecido. Demos mais um tempo, e descemos, foi na hora exata porque já tinha gente saqueando lojas. Chegamos na nossa outra loja e os vidros estavam todos quebrados, manequim com tiro na perna, roupas perto da vitrine foram danificadas, cerca de 30 projéteis no chão. Começamos a tirar os cacos de vidro, tirar os manequins da vitrine. Chegamos em casa às 5h e às 8h viemos para a loja e o coração a mil”, fala Lucimara que está trabalhando normalmente nesta terça-feira.
Rastros da destruição
Enquanto a perícia trabalha no Banco do Brasil na busca por elucidar o crime, lojistas contabilizam estragos. Nas calçadas, na tarde desta terça-feira, 1º, caixas e mais caixas de papelão com cacos de vidro. Em alguns estabelecimentos, tapumes ocupam o lugar dos vidros, em outros, não há nada.