O assalto a agência do Banco do Brasil de Criciúma, ocorrido na madrugada desta terça-feira, 1, fez vir à tona o uso de alguns termos. Entre eles, o chamado “Novo Cangaço”, uma forma criminosa de agir que possui suas semelhanças com o ocorrido na região central do município nesta terça.
De acordo com o coronel Márcio Cabral, o “Novo Cangaço” faz referência a uma facção que, em meados de 2010, agia principalmente nas regiões do Pará, Amazonas, Tocantins e no oeste de São Paulo. O grupo agia quase que como o próprio cangaço, aquele que atuava no nordeste do país, entre os séculos XVIII e XX.
“Dos tempos do Cangaço, eles agiam em cidades do interior porque, normalmente, na época, o policiamento era menor ou nem existia em algumas regiões, raramente agiam nas capitais. Tinham o poder de fogo muito elevado pra época e agiam como alta agressividade”, comentou o coronel Márcio Cabral.
Assim como o grupo dos séculos passados, o “Novo Cangaço” agia em cidades de interior de forma muito agressiva, usando até mesmo pessoas como escudo humano. “Davam tiros a esmo para todos locais com alto poder de fogo, geralmente fuzis de alta potência”, pontuou Cabral, destacando a semelhança com o assalto desta terça.
Segundo o coronel, na época em que se debatia sobre essa facção, já se esperava que essas atuações migrassem para o sul do Brasil. “Isso porque estes eram considerados os estados mais ricos e que tinham nas suas cidades de interior efetivos menores e que teriam dificuldade de mobilização”, afirmou.