Com o decreto dado pelo governo peruano no domingo, 15, para cancelamento de todos os voos de entrada e saída do país, milhares de brasileiros ficaram impossibilitados de voltar para o Brasil. Um dos brasileiros “isolados” no Peru é o climatologista Homero Haymussi, que está na cidade de Cusco aguardando pelo período de volta.
A medida tomada pelo governo do Peru é justamente para a prevenção contra o coronavírus mas, de acordo com o climatologista, acabou sendo rápida demais. “Achei que foi um pouco impensado a suspensão dos voos. Eu concordo com o isolamento, mas ele anunciou no domingo e na segunda-feira já não dava mais de viajar. No meu entendimento ele deveria ter dado o prazo de uma semana para fechar tudo e todo mundo poder sair”, destacou Homero.
Apesar dos pesares, em relação ao Coronavírus o climatologista diz estar tranquilo e sem grandes preocupações, já que, mesmo com 1,5 milhão de habitantes, Cusco só conta com um caso confirmado da doença. O problema é que no Peru não são apenas os aeroportos que pararam de funcionar, mas sim muitos outros serviços.
“Aqui em Cusco, pelo menos ontem, tinha gente desabrigada de todas as nacionalidades, porque fechou tudo, não tem nada. A única coisa que funciona regularmente aqui é supermercado, farmácia e o banco, que talvez irão fechar”, declarou.
De acordo com o site do Itamaraty, são cerca de 3.500 brasileiros “presos” dentro do Peru. Não só os brasileiros como também turistas do mundo inteiro foram pegos de surpresa com o cancelamento dos voos, o que fez com que muitos destes tivessem que dormir em frente ao próprio aeroporto.
“Eu tenho visto pela internet que tem muito brasileiro passando necessidade aqui, gente que não tem hotel e nem tem o que comer, gente que veio com um dinheirinho curto para passar poucos dias”, disse o climatologista. Até então, a única certeza de retomada dos voos e de saída dos estrangeiros do país fica para o dia 31 de março, quando o “toque de recolher” acaba no Peru.