Para o ex-governador Carlos Moisés da Silva, o relatório prévio do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE), que aprovou as contas do governo em 2022, mostra que o Estado tem recursos para cumprir o que foi prometido na última gestão. Por falta de dinheiro, o atual governo tem alegado que obras em andamento podem ter projetos 'enxugados' para reduzir custos. O assunto foi tratado durante entrevista exclusiva na Rádio Som Maior, nesta quarta-feira (24).
"O relatório do Tribunal de Contas mostra um déficit de R$ 1 bilhão e que é superado por um superávit do ano anterior deixado no caixa de mais de R$ 5 bilhões. Derrubou a tese do atual governo de que não tem dinheiro para tocar as obras. Aliás, governo não deixa dinheiro em caixa, governo executa o orçamento", afirmou Moisés.
Ouça a entrevista na íntegra:
Confira também:
- BLOG MAGA STOPASSOLI - Veja o que disse o TCE sobre as contas do último ano do governo Moisés
- EXCLUSIVO - "Transferência especial segue a Constituição Federal", garante Carlos Moisés
O ex-governador voltou a afirmar que entregou as contas equilibradas à nova gestão. Apesar disso, o atual governo alega, por exemplo, que foi deixado um déficit de R$ 157,7 milhões na Fonte 0100, na qual o Estado pega recursos para o pagamento de despesas, como a folha de pagamento.
Nós extinguimos cargos e colocamos o dinheiro nas cidades. O que vemos hoje é o movimento contrário.
- Ex-governador de SC, Carlos Moisés da Silva.
"O governo segue arrecadando. Os R$ 44 bilhões previstos no orçamento vão entrar no caixa do governo para as ações. O governo não guarda dinheiro no cofre, mas executa. Sobrar dinheiro é uma irregularidade. Não tem que ter excesso de arrecadação. Tem que ter previsão orçamentária, arrecadação e investimento", pontuou.
Críticas ao Universidade Gratuita
Indo além da prestação de contas, Moisés também comentou sobre investimentos na educação. Na sua visão, será investido menos com o Universidade Gratuita nos quatro anos do que com o Uniedu no mandato passado. Além disso, o ex-governador também destacou a criação Bolsa Ensino Médio, que beneficiou 57 mil estudantes no estado durante sua gestão.
"Foi praticamente extinta nesse governo, que reduz para 10 mil alunos. Então, você deixa de investir no ensino médio, que é competência dos governos estaduais, e retira recursos que eram tão importantes para as famílias carentes. Me parece que o que funcionava muito bem pode correr o risco de não funcionar adequadamente e colocar recurso para quem não precisa", disse.