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Cervejas e contaminação: tire suas dúvidas

Quem diria que algo tão simples e relaxante quanto tomar uma cerveja com os amigos se tornaria um pesadelo, não é mesmo?

Por Redação Criciúma, 25/02/2020 - 17:59 Atualizado em 08/07/2020 - 08:14

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Desde o final do ano passado, foi exatamente por esse pesadelo que passaram 33 pessoas que tomaram a cerveja Belorizontina; destas, 6 morreram.

Até hoje, há uma investigação envolvendo a polícia e entidades de saúde para averiguar exatamente o que aconteceu com os três lotes da bebida supostamente contaminados e evitar que o erro ocorra novamente. Parentes das vítimas acusam a marca de falta de assistência.

Entendendo o que aconteceu

Após averiguação, foi encontrada dietilenoglicol (DEG) no processo de fabricação da bebida da marca Backer. A substância tem aspecto viscoso, cor clara, gosto adocicado e não possui cheiro.

Apesar de uso comum pela indústria, é extremamente tóxica, causando náusea, dor abdominal e vômito de início. Entretanto, seus sintomas evoluem, chegando a alterações neurológicas e insuficiência renal. Em certos casos, pode levar à morte.

É mais utilizada como anticongelante, solvente de produtos químicos e durante a produção de vários itens.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), seu uso é raro dentro da indústria cervejeira. Outras substâncias, menos nocivas aos seres humanos, como o polipropilenoglicol ou o álcool puro, são utilizadas para evitar a contaminação.

De acordo com o Ministério da Agricultura, são três as possíveis explicações sobre o ocorrido: vazamento, sabotagem ou uso inadequado de monoetilenoglicol nos processos de refrigeração durante a fabricação da cerveja Belorizontina.

Recomenda-se que quem tenha comprado a bebida não a jogue fora, mas, sim, que a leve até a administração referente à sua residência. Já aos que possuem estabelecimento, a recomendação é que façam contato imediato com a distribuidora.

O que houve com as vítimas

Recentemente, em carta aberta, as famílias declararam em conjunto a falta de assistência por parte da cervejaria Backer. Foram ao todo, seis mortos por intoxicação de  dietilenoglicol, substância encontrada na cerveja pela perícia. Outros 33 casos estão sendo investigados pela mesma causa.

“No dia 30 de janeiro deste ano, o Ministério Público de Minas Gerais notificou familiares das vítimas e a cervejaria para uma audiência pública, na qual ficou ajustado que a cervejaria custearia as despesas envolvendo o tratamento de saúde das vítimas intoxicadas e auxílio psicológico a todos os familiares. Ficou acordado que a empresa realizaria reuniões individualizadas com os representantes das vítimas e, em 72 horas, efetivaria o custeio das despesas por eles apontadas ou apresentaria negativa fundamentada”, relatam os familiares na carta.

Uma das vítimas, José Alves da Silva, de 75 anos, foi diagnosticado com ansiedade após 15 dias sem procurar auxílio médico. Ele teve sintomas como dores abdominais e náusea, mas todos acharam que era apenas “uma ressaca” do Réveillon.

Após um período hospitalizado, os sintomas de José só pioravam e ele começou a perder a visão e os movimentos dos membros superiores. Depois de alguns dias, veio a óbito.

Nunca mais poderei beber cerveja?

Calma, não é para tanto. A contaminação só ocorreu em três lotes de uma marca específica, isso não significa que todas as outras também causem a intoxicação.

Além disso, a Backer utilizava para a fabricação da Belorizontina uma substância que é extremamente incomum durante o processo de resfriamento do líquido, o dedietilenoglicol (DEG). A maioria das marcas utiliza outras opções, menos nocivas à nossa saúde.

A marca mineira produzia cervejas artesanais, que se diferem das industrializadas. São dois processos de fabricação completamente diferentes, mudando até mesmo a fórmula e a aparência da bebida.

Apesar de ter sido um caso grave e com dezenas de vítimas, ainda é uma exceção dentro da indústria brasileira. Portanto, não é preciso se preocupar ou entrar em pânico e se privar da gelada aos finais de semana.

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