O Hospital São José (HSJ) está com 100% dos seus leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o novo coronavírus ocupados. Dos 28 disponíveis, metade estão ocupados por pacientes de Criciúma e da Amrec, e os demais por pessoas de outros regiões. Com 10 novos leitos praticamente prontos para tratamento da doença, o HSJ enfrenta dificuldades para habilitação - algo que pode demorar mais de um mês.
"Pedimos a habiltiação de mais 10 leitos de UTI, mas estamos com problemas de contratação de pessoas, principalmente com técnicos de enfermagens para abrir os leitos. Estamos nessa situação há um mês já, recrutando e pedindo, mas há um afastamento de pessoas", declarou o diretor técnico do São José, Raphael Elias Farias.
Os 10 novos leitos já estão com sua estrutura praticamente prontas. Os respiradores estão disponíveis, os monitores devem chegar ainda nesta semana, mas a habilitação por parte do Ministério da Saúde ainda não saiu. "Da última vez que pedimos a habilitação levou até 30 dias. Tubarão está com leitos prontos e desocupados, e está há 3 semanas aguardando a habilitação desses leitos para desafogar o contexto regional. A resposta dependerá dos gestores", pontuou.
Com UTI lotada, para onde vão os novos pacientes?
Raphael ressaltou que, enquanto ainda possuía leitos de UTI disponíveis para o tratamento de Covid-19, recebia pacientes de outros municípios de SC. "Esperamos que essa contrapartida exista, havendo a necessidade de pacientes da região que sejam transferidos para outros municípios com leitos disponíveis", disse.
Sendo assim, da mesma forma que quando Balneário Camboriú precisou internar um paciente em Criciúma devido a falta de leitos, o município espera poder transferir novos pacientes para hospitais de outras regiões ainda com leitos disponíveis.
Número crescente de casos
Os boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Saúde de Criciúma apontam diariamente para uma curva crescente na quantidade de casos do novo coroanvírus. Segundo Raphael, a preocupação maior é de que os novos pacientes positivados hoje em dia podem, futuramente, se refletirem nas ocupações dos leitos de UTI - já lotados.
"Se formos avaliar a curva do primeiro de julho até agora, vemos uma crescente de casos e ainda não demonstra estabilização. O problema é que primeiro aumento o número de casos para sete dias depois haver a demanda de UTI", disse.