A chegada do final do ano e, consequentemente, das comemorações festivas vem preocupando os profissionais da saúde em relação a pandemia do novo coronavírus. A previsão é de que haja uma diminuição de casos e internações nestes últimos dias de dezembro e um aumento significativo logo após o fim do ano, por conta das festas familiares, ambientes propícios para a Covid-19.
Em Criciúma, de acordo com o infectologista e diretor técnico do hospital São José, Raphael Elias de Farias, a preocupação é justamente por conta da quantidade de casos ainda ativos na cidade. O município conta atualmente com 730 casos ativos, ou seja, pessoas que ainda podem transmitir a doença.
“Por mais que tenhamos uma leve diminuição no número de internados, temos pessoas transmitindo o vírus, e agora teremos as festas de final de ano e as comemorações de ano novo. Comemorações familiares são propícias para transmitir o vírus, mesmo que seja familiar muitas vezes são com famílias que não moram na mesma casa, aí pode haver a transmissibilidade”, declarou o infectologista.
As festas de fim de ano poderão se refletir em internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em sete, dez ou 15 dias logo após o primeiro contato com a doença. Se o primeiro contato ocorrer no Natal, por exemplo, o paciente poderá ter ainda nesta semana algum sintoma leve, uma complicação maior após sete ou dez dias, e a possibilidade de ir para a UTI logo após isso - em casos graves.
“É uma resposta que é lenta. Esses números que estamos tendo de diminuição de internações em UTI são na verdade uma repercussão de 14 ou 15 dias atrás. Nos preocupa muito o fim de ano por conta dessas reuniões familiares, sem uso de máscaras e distanciamentos”, reforçou o médico.