Criciumenses começaram a receber em suas casas a visita de pesquisadores do Ibope que aplicam testes do novo coronavírus (Covid-19). O trabalho é uma parceria com o Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Os testes fazem parte de um levantamento nacional.
Uma das pessoas que foi submetida ao teste foi a aposentada Miriam Coan Cruz, que reside no Centro da cidade. “Moro em condomínio. A pesquisadora já havia feito em outra pessoa e perguntou se podia aplicar. Antes de entrar em contato com a gente ela se paramenta toda. Troca avental, luvas, toca e começa o questionário. Ela entrega um documento que a gente concorda e assina. Pergunta se a gente tem saído de casa, com quem tem contato. Quantas vezes sai, se são muitas ou poucas vezes, se usa máscara, se tomou vacina da gripe se foi à unidade de saúde recentemente e também quem mora na casa”, explica.
Miriam conta ainda que o teste demora cerca de 20 minutos. “Ela mostra como é o teste, pega um folheto explicando, e aplica. É rápido e não dói nada. O meu, graças a Deus deu negativo e, caso desse positivo, todos que moram comigo teriam que fazer o teste e ela só poderia sair quando chegasse a enfermeira responsável”, comenta.
A origem
A pesquisa iniciou como um projeto da UFPel no Rio Grande do Sul, com o objetivo de mapear os casos de Covid-19 para estabelecimento de políticas públicas de combate à pandemia. Mais de 99 mil pessoas de todas as faixas etárias, com ou sem sintomas, serão entrevistadas e testadas em todo o Brasil.
"Vamos responder o percentual infectado em toda a população e quão rápido a infecção se alastra, além do percentual de pessoas com exame positivo que não apresenta nenhum sintoma ou sintomas leves", disse o doutor em epidemiologia Pedro Curi Hallal, que é reitor da UFPel, em entrevista à Rádio Som Maior no começo de abril
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Em outra entrevista à Som Maior, menos de três semanas depois, o reitor criticava a possibilidade de afrouxamento do isolamento social. Estava em pleno andamento a pesquisa que agora é nacional - a mesma que passa por Criciúma inclusive - e o estudo constatou, no Rio Grande do Sul, que ao menos oito vezes mais pessoas que os registros oficiais estavam contaminadas por Covid-19.