O aumento no número de casos do novo coronavírus em Criciúma vem preocupando a população e os profissionais da área. Com um total de 81 internados em clínica e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na cidade, entre suspeitos e positivos de Covid-19 de Criciúma e outros municípios, a região vive um momento diferente em relação à doença.
"É disparado os números mais altos que tivemos na cidade. Postos de atendimento, prontos socorro e na nossa própria atividade médica o número de atendimentos de pacientes com sintomas aumento muito. Realmente a cidade está vivendo uma situação diferente", declarou o médico pneumologista Renato Matos.
Renato ressalta que, além do cuidado individual necessário, o que vem salvando a vida das pessoas com coronavírus no Brasil é o atendimento adequado dado em UTI's. No momento, Criciúma conta com 26 pacientes em UTI, 12 do próprio município, algo que acende um sinal de alerta por parte dos profissionais.
"Precisamos de UTI's, e as nossas já estão chegando em um número alto de atendimento. Estamos correndo um risco muito grande. Passamos por uma situação relativamente tranquila durante algumas semans, se passou a ideia de que o vírus já tinha ido embora e as pessoas relaxaram", pontuou.
Um relaxamento por parte da população fez com que muitos descumprissem as medidas de distanciamento social - o que contribui para a propagação do vírus. Na Unimed, a grande maioria dos pacientes infectados com a Covid-19 adquiriram a doença em festas familiares, segundo o presidente do hospital, Leandro Avany Nunes.
Renato afirma que o que nos resta, atualmente, é manter os cuidados de afastamento físico e as medidas de higiene para conter uma propagação. Caso isso não seja feito, a situação pode piorar ainda mais em Criciúma. "Daqui a pouco as pessoas vão morrer na nossa cidade por fatla de atendimento de UTI's. Precisamos ter um cuidado muito grande, estamos paassando por uma época de grande risco", disse.
Projeções iniciais
Ainda no início da pandemia, as projeções de que mais de 100 mil pessoas poderiam morrer no Brasil eram tidas como absurdas por muitos. "Alguns diziam: 'morreu 50 até agora, é um pingo quando comparado com as informações'", destacou o pneumologista. Atualmente, o Brasil se encaminha para 66 mil mortes por conta da doença, e as medidas de segurança se mostram ainda mais necessárias.
"Não existe nenhuma medicação que, utilizada em fase inicial, faça mudar o curso da doença. Se não tomarmos as medidas poderemos pagar um preço muito alto em vidas que não precisariam ser perdidas, essa é a nossa preocupação e a grande angústia", afirmou.