Finalizando o mês do orgulho LGBTQIA+, a Câmara de Vereadores de Criciúma rejeitou por 10 votos contra 4 a favor, o projeto que criava a Rota da Diversidade, que consiste em um fomento para o comércio local. A proposta, de autoria da vereadora Giovana Vito Mondardo, foi debatida e votada na Sessão Ordinária desta segunda-feira no plenário.
O projeto protocolado no dia 9 de maio permaneceu durante 6 semanas seguidas na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, até que fosse liberado para seguir nos demais trâmites legais. “O projeto visava contribuir com os comerciantes por meio de afinidade dos estabelecimentos e comunidade, além de ampliar o incentivo e o respeito com toda a comunidade LGBTQIA+ que freqüenta o comércio de Criciúma”, comentou a vereadora Giovana Mondardo.
Além disso, o projeto visava ampliar as relações comerciais e culturais que envolvam a comunidade, não tendo impacto fiscal, além de que a Fundação Cultural de Criciúma passa a ficar permitida confeccionar um selo para identificação dos estabelecimentos que desejam fazer parte desta rota.
Fomento na economia
Nos três últimos anos, Criciúma voltou a receber a Parada LGBTQIA+. Realizada primeiramente nos anos de 2007 e 2009, a parada voltou a ser organizada novamente no ano de 2021 após um caso de homofobia no município.
Nos três eventos realizados entre 2021 e 2023, mais de 13 mil pessoas estiveram presentes na luta contra o preconceito. Com isso, ambulantes dos três estados do sul brasileiro e de diferentes cidades estiveram em Criciúma vendendo seus materiais.
Durante a argumentação do projeto, a vereadora Giovana Mondardo utilizou o sucesso do evento com o comércio local. “Um dos estabelecimentos anexos ao local do evento chegou a faturar mais de R$ 75 mil durante a tarde do evento. Fervo é luta e LGBTQIA+ também envolve família, consumo e fomento para o comércio”, argumentou.
Arquivo
Com a reprovação do projeto de Lei PL 42/2023 por parte da maioria dos vereadores da Câmara de Vereadores, a matéria segue para arquivamento.
Preconceito
Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+. A data é lembrada devido aos fatos ocorridos na noite de 28 para 29 de junho de 1969, em que uma batida policial – comum na época em estabelecimentos que atendiam homossexuais - tornou-se em revolta. Um grupo de homossexuais se recusou a ser revistado pela polícia, iniciando um confronto que durou cerca de quatro horas e resultou na destruição do bar.
Como protesto, eles ficaram confinados dentro do bar. Nesse período, o grupo recebeu apoio de uma multidão de gays e lésbicas que ficaram do lado de fora.