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Da depressão à meningite: as sequelas causadas pela Covid-19

Problemas psicológicos, neurológicos e pulmonares podem ser desenvolvido posteriormente a doença

Por Paulo Monteiro Criciúma - SC, 15/12/2020 - 09:17 Atualizado em 15/12/2020 - 17:12
Foto: reprodução / Valor
Foto: reprodução / Valor

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Com mais de um ano desde o registro do primeiro caso de Covid-19 no mundo, muitas recuperações já foram registradas. Ainda sim, entre os tidos como curados e recuperados, há também aqueles que apresentam sequelas após terem contraído o vírus, com complicações posteriores das mais variadas possíveis, que podem ir de problemas psicológicos à neurológicos e, também, pulmonares.

“Quando ouvimos que existem tantos recuperados, as pessoas se esquecem que entre essa categoria existem também os sequelados, pessoas que depois de meses tem dificuldades até mesmo de tomar banho. Tive um paciente que teve que cortar um pedaço da perna, por conta da trombose causada pelo coronavírus. É uma doença que tem evolução extremamente variável e isso nos assusta, porque não sabemos quem vai ter problemas ou não”, pontuou o pneumologista Renato Matos.

A grande maioria das pessoas acometidas pela Covid-19 acabam tendo quadros leves, que evoluem sem sequelas. Ainda sim, há casos de complicações posteriores em pessoas que tiveram quadros moderados com o vírus, como a própria fibrose pulmonar, ocorrida também em pessoas que tiveram maiores dificuldades com a doença.

Na área de saúde mental, de acordo com a psicóloga Ritele Hernandez, há duas situações perceptíveis. “Uma é o vírus em si e as alterações biológicas causadas por ele, o mal causado ao organismo que pode vir a desencadear transtornos psiquiátricos. O outro, é o próprio estresse vivido pelas pessoas, devido ao afastamento de pessoas queridas ou até mesmo o luto”, comentou.

Já há estudos que mostram a relação da Covid-19 com o desenvolvimento de quadros  depressão e ansiedade, transtornos de pânico e estresse pós-traumático. Pessoas que são acometidas pela doença e vivem todo o estresse e as complicações do vírus, podem desenvolver transtornos psiquiátricos, assim como aqueles que estão isolados há meses, com medo do coronavírus e que, por isso, desenvolvem tais problemas.

“Sobre os transtornos psiquiátricos, sabemos que o estresse é fator de risco e precisamos ter situações em que consigamos diminuir isso. Atividades que nos deem prazer, convívio com a família dentro da possibilidade, atividade física e alimentação adequada, por exemplo”, pontuou a psicóloga.

De acordo com o neurologista Glauco Duarte da Luz, já é possível observar uma enorme variabilidade de doenças neurológicas, sequelas, causadas pelo acometimento da Covid-19, tanto em formas mais moderadas como também, e principalmente, em quadros mais graves do coronavírus. 

O vírus tem uma preferência pelo sistema nervoso central e, por isso, ataca o cérebro e a medula. “Se ele ataca o cérebro, ele pode sim, e com certa frequência, causa meningites, além de encefalites ou cerebrites”, disse Glauco.

As sequelas neurológicas causadas pela Covid-19 dependem também dos quadros dos pacientes. Aqueles que tiveram quadros leves podem não desenvolver complicações maiores. Muitos dos problemas posteriores, inclusive, são reversíveis, mas há quadros que não podem ser recuperados. “Há quem diga que 100% dos pacientes internados em UTI saem com alguma sequela neurológica”, afirmou.

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