Decorações de Páscoa seguem tradições familiares

Família é união, laços e memórias que ficam marcadas pela eternidade. As tradições da Páscoa são, facilmente, mantidas com o passar dos anos. Em Forquilhinha, Gilda Steiner faz arte com as mãos. Desde pequena, influenciada pela mãe e as irmãs, ela pinta casquinhas de ovos com decorações alusivas à data. Atualmente, ela é voluntária e dá aulas de artesanato no município. A atividade também acabou se tornando uma fonte de renda para a moradora, que já teve seu trabalho, inclusive, levado para fora do país.

“A gente [voluntárias] faz a decoração do espaço cultural na Páscoa, ali vira a casa do coelho. Também faço na minha casa. Desde criança, temos na nossa cultura de origem alemã fazer a decoração da data. Tenho minha própria Osterbaum [Árvore], além dos ovos que eu pinto, as guirlandas, arranjos de mesa e vários outros itens dentro dessa temática”, conta a moradora de Forquilhinha.

A tradição é seguida há décadas por Gilda. “Isso vem sendo cultivado desde criança. A mãe e a avó guardavam as casquinhas de ovo quando chegava perto da época de Páscoa. Depois, quando eu cresci, dentro da arte, comecei a pintar com as minhas irmãs, já que éramos uma família grande, também desenhavámos com as tintas que na época existiam. Hoje, eu tenho a decoração de ambientes como fonte de renda, faço meu pé-de-meia com a atividade”, comenta.  

A moradora conta que antes mesmo de casar, aos 20 anos, pintava casquinhas para vender para a família e amigos próximos. “Hoje, comercializo para vários lugares. Eu recebo encomendas e as pessoas escolhem o tipo que elas querem, ovos de galinha, ganso, avestruz, até de ema já pintei. Junto a isso, eu também faço a parte de decoração de guirlandas e cestas, onde inclui os ovinhos que pinto também”, enfatiza.

Hoje, Gilda utiliza materiais melhores, comparados à época que começou. “Procurei técnicas novas, tenho uma matéria com a simbologia dos riscos e aplico nas ovos. Tenho cascas espalhadas para tudo quanto é lado, até para fora do Brasil. Na semana passada, pintei sete casquinhas que foram para a Itália, uma amiga minha pediu e ela levou no avião”, enfatiza a moradora.

A atividade, até hoje, garante uma renda extra à moradora de Forquilhinha. “Antes, eu não trabalhava fora. Agora, sim. Mas comercializo ainda fora do meu trabalho. Também dou aula de pintura e, nestas datas, a gente envolve as próprias alunas, tanto as adultas como as crianças. É algo que eu gosto muito. A Páscoa tem um significado muito forte para mim na parte de decoração e espiritual também. Eu sempre falo que a pintura dos ovos e essa cultura são a minha menina dos olhos”, finaliza. 

"A Páscoa tem um significado muito forte para mim na parte de decoração e espiritual também. Eu sempre falo que a pintura dos ovos e essa cultura são a minha menina dos olhos”, Gilda Steiner

Neste ano, Forquilhinha ganhou destaque pelas belas decorações em alusão à Páscoa. A tradição de pintar as casquinhas de ovos, inclusive, movimentou uma campanha do Departamento de Cultura, Turismo e Eventos, que arrecadou os materiais que foram confeccionados pelos moradores do município. Hoje, a cidade tem a maior Osterbaum do Sul de Santa Catarina. A árvore, montada com um galho seco, simboliza a frieza e morte do sepulcro de Jesus Cristo.

No galho, vão as casquinhas de ovos decorados, que simbolizam a alegria da vida e a ressurreição do Senhor. Os ovinhos significam que há vida no interior deles. A Osterbaum representa a Páscoa, que é vida, ressurreição, esperança e alegria, apesar da Sexta-feira Santa com a crucificação de Jesus Cristo.