Os deputados federais Júlia Zanatta (PL) e Pedro Uczai (PT) falaram ao programa Adelor Lessa, da rádio Som Maior, sobre dois temas atuais da política nacional: o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por causa das falas sobre a atuação militar de Israel na Faixa de Gaza e o ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), programado para São Paulo neste domingo (25).
Ouça os áudios, abaixo, na íntegra. O texto continua na sequência. Os parlamentares falaram no quadro Plenário, que também tem a participação da jornalista Maga Stopassoli.
Veja o que disse Júlia Zanatta:
Ato de apoio a Bolsonaro
Júlia Zanatta expressa uma expectativa elevada para o ato, mencionando que "a expectativa é que seja um dos maiores que Bolsonaro já chamou". Ela destaca o medo das pessoas em ir às ruas após os eventos de 8 de janeiro, mas nota um movimento de superação desse receio.
A deputada comenta sobre a possível reação das instituições, citando uma entrevista do ministro Gilmar Mendes, que indicou que "a democracia irá reagir" a ataques contra ela. Júlia argumenta que o ato é uma manifestação de apoio popular e uma defesa contra o que ela vê como uma perseguição política contra Bolsonaro e seus apoiadores.
"É óbvio que tudo isso é feito para amedrontar, para paralisar pelo medo. Nós temos hoje um presidente, o Lula, que não faz o que Bolsonaro fazia, de sair às ruas. Ele prefere viajar ao exterior, inclusive gastou R$ 3 bilhões o ano passado viajando ao exterior. Não estou dizendo que não tem que viajar, só estou dizendo que ele gosta muito de estar no exterior e inclusive pegar hotéis luxuosos", afirmou.
Pedido de impeachment de Lula
Júlia menciona que o pedido de impeachment contra Lula é o que tem "maior apoio, maior assinatura de deputados da história da Câmara", com 140 assinaturas.
"O pedido de impeachment é sim uma forma legítima de mostrar descontentamento, de fazer pressão. Impeachment é uma série de ingredientes, é uma conjuntura política, uma conjuntura econômica e um fator muito importante, que é a questão de falta de apoio popular", afirmou.
Ela critica Lula por ações que, segundo ela, prejudicam a imagem do Brasil no exterior e por declarações controversas, como as relacionadas ao holocausto nazista. Essas razões, de acordo com a deputada, motivaram a adesão ao pedido de impeachment inclusive por parte de parlamentares que não fazem oposição tão ferrenha ao presidente.
Veja o que disse Pedro Uczai:
Sobre o Ato de Apoio a Bolsonaro
Uczai classificou o ato como uma continuidade dos "esforços golpistas" que visam deslegitimar as instituições democráticas. Ele destacou a "vitória da democracia" sobre as "tentativas de golpe" e enfatizou que todos estão tendo direito à defesa, ao contraditório e a um processo legal justo.
"Esse ato golpista da Paulista de domingo nada mais é do que a continuidade da tentativa de desestabilizar as instituições democráticas. Onde é que está a perseguição? O próprio ex-presidente está tendo o direito de se defender", afirmou.
Uczai criticou a postura de Bolsonaro e seus apoiadores em relação às urnas eletrônicas e o processo eleitoral, apontando para uma contradição em suas reclamações sobre a legitimidade do processo. "É uma tentativa de continuar desestabilizando a política no Brasil, a democracia no Brasil", disse.
Pedido de impeachment de Lula
Segundo Uczai, o pedido de impeachment contra Lula não terá sucesso, citando a busca da população por estabilidade política e o crescimento econômico do país como razões principais. O deputado considerou o motivo do pedido de impeachment "ridículo" e "risível".
"O povo brasileiro quer estabilidade política, quer crescer o país, quer criar oportunidade para o seu povo, quer que dê certo o país, que dê certo a economia, as políticas públicas, independente quem votou ou não votou. O Brasil se transformou em referência mundial na atração de investimentos, foi o segundo que mais atraiu investimentos no último ano, pelas relações internacionais que o novo presidente construiu, porque o anterior era motivo de vexame e de vergonha internacional", declarou.
Uczai também abordou o conflito israelo-palestino, criticando o regime sionista e defendendo a paz e a autodeterminação dos povos. Ele rejeitou a ideia de pedir desculpas por condenar ações que considera genocidas e reafirmou o compromisso com a paz e a democracia.