A Defesa Civil de Criciúma vistoriou a antiga sede do Sindicato dos Mineiros na última semana. A estrutura do local, adquirido pela Construtora Corbetta, estaria em condições precárias, de acordo com o diretor, Fred Gomes. Documentos, livros, agendas e materiais de campanha, além de carteirinhas de sócios, foram encontrados. O diretor de Defesa Civil do município citou como um "descaso com a história" o que viu na sede.
Em entrevista ao programa Conexão Sul desta segunda-feira (18), na Rádio Som Maior, o presidente do Sindicato dos Mineiros de Criciúma e Região, Djonatan Elias - o Piriguete - rebateu as afirmações. Ele ficou surpreso com a posição do diretor da Defesa Civil.
"Acho que não é da competência dele trazer essa desinformação em relação ao descaso dos documentos encontrados. Nós, da diretoria do Sindicato, temos muito respeito com a história no qual foi construída pelos mineiros ao longo dos anos. Os documentos deixados por partidos, carteirinhas de sócios, isso não é de responsabilidade do Sindicato, até porque nós oficializamos todos os inquilinos do prédio, em outubro e novembro, que teriam até 31 de dezembro para desocupar a sede", rebate.
O presidente afirmou que os documentos encontrados eram cópias e que todo o material original foi encaminhado para o setor de história da Unesc.
"Sobre os documentos deixados no local, no mínimo, a Defesa Civil poderia ter entrado em contato, se esse era o objetivo de terem ido lá e não somente a estrutura do prédio, e ver se realmente tratamos com descaso a história. Nós tivemos tanto cuidado que falamos com o setor de história da Unesc e tive o prazer de encaminhar para a universidade toda a história do sindicato dos mineiros, movimentos sociais, greves. Foram mais de duas viagens de todo esse documento. Algumas coisas que devem ter ficado ali são cópias de atas originais das eleições do sindicato. Tivemos o devido cuidado, em respeito com a história e com os mineiros", afirma Piriguete.
Leia também: "Um verdadeiro descaso com a história" (VÍDEOS)
O material, segundo Djonatan Elias, servirá de pesquisa. "Tenho documentação de quando a Unesc levou todo o material. Tive que assinar uma autorização. E tudo o que foi vai servir como material de pesquisa para formandos e a própria Unesc, ou escritura de livros. Está tudo à disposição na Unesc", finaliza.
Confira o podcast da entrevista do presidente do Sindicato dos Mineiros, Djonatan Elias: