Enquanto a Polícia Civil não encerra o inquérito sobre o desvio de carne da Afasc, poucas pistas são reveladas. O delegado Túlio Falcão espera apresentar novidades já na semana que vem, enquanto vereadores trabalham para instaurar uma CPI sobre o caso.
Na semana passada, o proprietário de um restaurante na Unesc, preso em flagrante e solto poucos dias depois, prestou depoimento. O advogado de defesa, Alessandro Damiani, pincelou alguns pontos abordados pelo cliente.
O homem responde processo criminal por receptação qualificada. A linha de defesa alega que não houve dolo, pois não havia o conhecimento de que a carne era de origem criminosa. "A taxista se apresentava ao meu cliente como sendo representante do frigorífico", diz Alessandro.
De acordo com o advogado, em depoimento à Civil o proprietário do restaurante admitiu ter comprado carne da suspeita em três oportunidades, num total de 170 quilos. A última compra, de 80 quilos, havia sido feita alguns dias antes da prisão em flagrante do homem. "Se ele soubesse que a carne era de origem criminosa, teria dado vencimento antes, vendido em dois dias. Diariamente eram consumidos aproximadamente 40 quilos no restaurante", alega o advogado.
O homem responde por receptação qualificada e a pena varia entre três e oito anos. A defesa trabalha pela abolvição, alegando que não houve ação dolosa pelo desconhecimento de que a carne tinha origem ilegal. O advogado afirma que o cliente ainda não se posicionou se teria interesse em no futuro reabrir o restaurante na universidade.