Dores Crônicas: o que são?

Não é tão incomum possuir um familiar ou conhecer alguém que há meses, às vezes até mesmo anos, se queixa de dores em um determinado lugar. Seja no joelho ou na coluna, esses incômodos que perduram por um bom tempo assolam parte da população brasileira, sendo chamados de dores crônicas.

“A dor crônica é uma doença a parte, porque cada pessoa tem uma experiência diferente em relação à ela. Em algumas pessoas, o estímulo agressor pode não produzir sintoma doloroso nenhum e, para outras, pode levar à quadros bastante intensos”, destacou o professor e fisioterapeuta Willians Cassiano Longen.

Willians é o organizador do 2º Simpósio Interdisciplinar de Dor Crônica da Região Carbonífera, que teve início nesta terça-feira, 9, e se encerra ainda hoje. O evento online reunirá oito profissionais da saúde em uma mesa virtual, às 19h, sendo direcionado não somente para médicos e estudantes como também para qualquer um que sofra de dores crônicas ou queira saber mais do assunto - sendo totalmente gratuito.

A dor crônica difere da dor aguda, que está geralmente relacionada a um evento mais pontual. Um estudo mostra que 37% dos brasileiros possuem estes incômodos crônicos - um número bem alto, segundo o professor. “Uma pesquisa do IBGE, falando de dor autorreferida da coluna, envolve cerca de 19% da população brasileira. Isso só na coluna, se for levar em consideração membros superiores, inferiores, joelhos e quadril, esse percentual aumenta significativamente”, disse.

As dores crônicas na coluna costumam afetar mais mulheres no país e, além disso, quanto maior a idade maior será a dor e a incidência em pessoas que trabalham com serviços mais pesados - como na construção civil, por exemplo. Se o incômodo dura mais de três meses, por exemplo, ele já pode ser considerado uma dor crônica. Se é algo recente, de poucos dias, pode significar que está cronificando ainda. 

Para aqueles que possuem dores na coluna, além da consulta médica, a solução não é repousar - mas sim o contrário. “Uma pessoa com dor na coluna precisa se manter em atividade. Não necessariamente se manter trabalhando, porque o trabalho pode ser um fator de risco para a coluna, mas se exercitando”, declarou.