Homens e mulheres estiveram reunidos na manhã desta quarta-feira, 21, em uma manifestação em prol de justiça para Rebeka Curtts, transexual esfaqueada por dois homens em Içara no último sábado. A carreata em apoio a Rebeka partiu do Ministério Público de Criciúma em direção ao Fórum de Içara, onde a jovem de 28 anos aguarda a ação da Justiça.
O crime aconteceu em um local isolado, em Içara. Rebeka aguardava um cliente de longa data que iria a encontrar, pagar pelos programas que devia e sair novamente. “Ele falou que estava com um amigo e que ele iria junto. Os dois estavam no carro, eu fui passar o cartão e, quando não passou, eles já estavam tirando a faca debaixo da camiseta e me esfaqueando. Foram momentos de terror que vivi dentro daquele carro”, disse.
A jovem transexual conseguiu fugir e pedir ajuda em um sítio próximo do local. Logo depois foi internada no Hospital São Donato, de Içara. Liberada na segunda-feira, Rebeka já foi à delegacia e identificou o criminoso, o qual conhecia, mas ainda aguarda o mandado de prisão.
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“Ontem eu sai da delegacia, lá eu reconheci ele e fiz tudo ali. Eles já sabem quem é ele, eu dei endereço e dei tudo, mas cadê o processo de ordem de prisão para o juiz assinar?”, disse a jovem. “Precisam morrer quantas trans para poderem serem vistas e escutadas, para terem lei?”, reforçou.
Rebeka ainda destaca que, no fórum de Içara, foi informada de que o único processo que consta no nome do homem que a esfaqueou é o de medida protetiva. “Eu não quer só a medida protetiva, quero que ele seja preso”, disse. “Já era para esse processo de prisão no nome dele estar no fórum para o juiz assinar e ele ser preso”, declarou.