Após o fim do contrato com o Governo do Estado para administração do Samu, a OZZ Saúde emitiu nota alegando que a Secretaria de Estado da Saúde “lhe deu as costas”.
A OZZ SAÚDE sempre foi transparente com seus colaboradores, inclusive com os sindicatos que os representam, sobre o desequilíbrio econômico-financeiro do contrato. “A direção da empresa, desde 2019, vem alertando a todos, sem exceção. Todos sabiam! Todos sabiam que o Estado, na transição entre o contrato emergencial e o atual contrato, diminuiu o escopo do serviço, trazendo responsabilidades para si que não conseguiu cumprir, devolvendo-as à OZZ, sem a devida remuneração, criando um rombo financeiro, em primeiro plano; seguido de consequências nefastas, moral e estruturalmente, em nossa empresa, e psicologicamente, em nossos funcionários. Apesar disso, a empresa cumpriu fielmente o contrato, até o último dia, da melhor forma, valendo-se de recursos próprios, dentro de suas possibilidades; apesar da má vontade da SES, que propositadamente fez minguar a capacidade financeira da empresa, impondo reveses à operação, sempre injustamente creditados à empresa, como o objetivo de encerrar o contrato. Cobramos incessantemente o Estado, através da SES, do próprio Governador, através de ofícios e documentos comprobatórios de que pleito era urgente e absolutamente procedente. Ninguém nos deu atenção; ao contrário, nos deram as costas; omitindo-se de resolver a questão criada pela própria SES, que não foi capaz de elaborar um contrato condizente com a realidade do serviço prestado, impondo à empresa um déficit de cerca de três milhões de reais mensais”, diz trecho da nota.
Além disso, a empresa afirma ter pleiteado algo em torno de R$ 14,2 milhões mensais para realizar a operação completa e que o Estado alegava que R$ 11,2 milhões mensais eram suficientes. “Agora, a Secretaria de Estado da Sapude firmou contrato com a Organização Social FAHECE, no mesmo valor que o contratado pela OZZ, por apenas parte dos serviços até então prestados; considerando-se que o Estado assumiu a execução direta da regulação médica e do serviço aeromédico, o que custará aos cofres públicos mais cerca de R$ 3,5 milhões mensais. Ou seja, o SAMU custará aos cofres públicos mais que aqueles R$ 14,2 milhões pleiteados pela OZZ (portanto, mais do que o necessário para custear o serviço). Para além dos valores repassados mensalmente, a FAHECE ainda receberá parcela extra, ao final do ano, para o pagamento de décimo terceiro salário, como bem terá a seus dispor provisionamentos para rescisões contratuais; diferentemente da OZZ, que recebia apenas a parcela mensal. Ou seja, o SAMU, a partir de agora, custará ao Estado cerca de 70% a mais que o valor praticado pela OZZ, e cerca de 30% a mais do que o valor efetivamente necessário para a operação, pleiteado pela contratada e negado pela SES; o que causa muita estranheza, para dizer o mínimo”, fala a nota.
Na Justiça
A empresa concluiu a nota revelando que recorreu ao Judiciário pela cobrança dos valores empregados no SAMU. “Reiteramos que OZZ SAÚDE não vai virar as costas aos seus, assim como o Estado fez com ela – e independentemente de receber o que o Estado lhe deve - ressaltando que possuímos outros contratos, outras responsabilidades e reputação a zelar. Assim a empresa continuará sua trajetória, não constituindo parte dos nossos valores a conduta de abandonar ou enriquecer ilicitamente às custas dos trabalhadores”, finaliza.