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A movimentação dos principais partidos políticos de Santa Catarina em 2023, o desempenho das administrações municipais e do Governo do Estado, investigações contra autoridades e as articulações de alianças são fatores que influenciarão nas eleições de 2024 e 2026.
Os principais fatos políticos ocorridos neste ano e os impactos para o futuro foram destrinchados por Laércio Menegaz e Renato Rampinelli, entrevistados por Adelor Lessa e Maga Stopassoli no Parlatório desta segunda-feira (11), transmitido ao vivo pela Rádio Som Maior, FM 100,7, e pelo portal 4oito.
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O estrategista e consultor político Laércio Menegaz considera o avanço da Operação Mensageiro, que investiga a atuação de uma organização criminosa em diversas prefeituras de Santa Catarina, um dos fatos políticos mais importantes de 2023. “Isso mexeu muito no cenário, com os prefeitos, com o meio político”, pontuou.
O especialista também destacou a postura do governador Jorginho Mello (PL) com relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Ao contrário de Moisés, que não topou jogar o jogo da direita, do voto conservador, Jorginho fez isso várias vezes. É um posicionamento muito mais à direita, por conhecer o Estado de Santa Catarina”, acrescentou Laércio.
Polarização entre PL e PSD
O diretor do Instituto de Pesquisa Catarinense (IPC), Renato Rampinelli, identifica o surgimento de uma polarização entre o PL e o PSD. “Os dois estão caminhando e buscando as forças para polarizar as eleições aqui em Santa Catarina”, avaliou.
Questionados sobre a possibilidade desses partidos estarem juntos em 2026, os entrevistados frisaram que vai depender dos resultados nas disputas municipais.
“Em 2024, os dois vão montar seus exércitos. Isso não quer dizer que não possam estar juntos em alguns municípios. O PSD, então, poderá escolher entre ter um candidato a governador, passando pelos nomes de Clésio Salvaro (prefeito de Criciúma), João Rodrigues (prefeito de Chapecó) e Topázio Neto (prefeito de Florianópolis), ou para compor com Jorginho Mello. Eu vejo o PSD ficando grande para compor não só com uma vaga, mas talvez por duas (vice-governador e senador)”, projetou Laércio.
“Vai depender do tamanho que cada um vai ficar. Eu vejo dessa forma. Vamos ver, no ano que vem, como se comportam esses dois eixos”, concordou Rampinelli.
Disputas municipais
As eleições de 2024 colocarão frente a frente as principais forças políticas estaduais, ainda que de forma indireta. Em Tubarão, por exemplo, o atual secretário da Casa Civil, Estêner Soratto (PL), deve medir forças com o ex-governador Carlos Moisés (Republicanos). Em Criciúma, ainda há uma disputa interna no PSD entre Arleu da Silveira e Ricardo Guidi.
O Parlatório também discutiu o impacto da polarização nacional nas eleições municipais. “Nas cidades em que houver ao menos um candidato de esquerda, o discurso vai se nacionalizar, não ficará só no local. Mas nos municípios que tiverem apenas candidatos de centro ou direita, com a mesma ideologia, a pauta será a cidade, os problemas locais”, afirmou Rampinelli.
No Parlatório, os analistas ponderaram que um aspecto a ser observado em 2024 é se surgirá uma oposição ao governo Jorginho Mello. O jornalista Adelor Lessa avaliou que, como resultado de acertos importantes do governador, da boa relação com a Assembleia Legislativa e a ausência de pautas polêmicas, a situação está pacificada. Mas há o surgimento de uma insatisfação, ainda tímida e silenciosa, entre prefeitos e um dos motivos é o grande número de obras paradas ou em ritmo lento.
