Funcionamento das academias tropeça na proibição do uso de vestiários 

Em 20 de abril as academias retornaram o funcionamento com restrições. Porém, desde este dia não houve novas medidas para normalizar as atividades realizadas. O principal impasse que os estabelecimentos tropeçam neste momento é na proibição do uso de vestiários e banheiros por parte dos alunos. 

Conforme a empresária do ramo de academias, Cristiane Cesconetto, em entrevista ao programa Agora, da Rádio Som Maior, todas as medidas de manutenção da saúde continuaram em dia, bem como atendendo somente 30% da capacidade máxima de pessoas permitidas em cada estabelecimento. "Os treinos duram de 50 e 55 minutos e a limpeza é feita em todos os equipamentos. Além disso, tem a limpeza dos pés na entrada das academias, higienização das mãos e aferição da temperatura", comentou. 

Para Cristiane, os vestiários e banheiros também poderiam contar com a limpeza constante como é realizado com os equipamentos. "Nós temos uma rotatividade por hora, então é diferente de por exemplo nos supermercados. Se os alunos usasem os vestiários, no final de cada hora do treino nós poderíamos efetuar a limpeza", explicou. 

Perda de clientes

Segundo Cristiane, as academias estão perdendo uma quantidade significativa de alunos. "O que mais pega é os alunos que trabalham e querem usar os vestiários ou tomar banho e não podem. Então às vezes tem que ir para o trabalho e não pode tomar banho, então nem vai na academia", respaldou. 

Ao mesmo tempo, ela comenta que o fato de muitas pessoas estarem utilizando ainda do trabalho no sistema homeoffice, isso tem facilitado os horários do trabalho. 

Contato com os alunos

Em uma academia, é comum o contato entre os instrutor e os alunos, para apresentar e explicar os exercícios. Desde o ínicio da pandemia do novo coronavírus, esse contato sofreu alterações. "Quando é um aluno novo que precisa de ajuda, nós fazemos a demonstração e a instrução. Não estamos deixando de orientar, mas o contato físico não está ocorrendo", comentou. 

Demissões e fechamento de estabelecimentos

Cristiano comentou que ainda não ocorreu nenhum fechamento de academia, mas a relação da economia preocupa a empresária. "Tem academias que não consegue manter água ou a luz, porque como não tem essa rotatividade de aluno e estamos com apenas 30%, não tem como se manter", enfatizou. 

Cristiane explica que também houve demissões de estagiários e profissionais. "Nós estamos trabalhando todos os dias para vencer essa situação. Estamos lutando para nós manter", finalizou.