Santa Catarina está no roteiro da Operação Falso Negativo, que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) desenrola nesta quinta-feira, 2, cumprindo 74 mandados de busca e apreensão. Além de Santa Catarina, os agentes do Gaeco passaram por locais em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Goiás, Paraná, Espírito Santo e Distrito Federal.
A Secretaria de Estado da Saúde foi visitada pelo Gaeco em Florianópolis. "Eles estiveram lá apanhando documentos, estão investigando o superfaturamento nos exames de Covid-19", comentou há pouco, na reunião da CPI dos Respiradores na Assembleia Legislativa (Alesc), o deputado Ivan Naatz, relator da comissão. "O cidadão que abre mão de comer, de ter um bom carro, abre mão de tudo isso para contribuir com uma parte do salário para contribuir com o Estado, está certamente triste. É do suor dele que sai esse dinheiro. É fundamental que a gente dê fim a esse tipo de coisa, e o papel da auditoria é essencial. Por isso na reforma nós aprovamos a criação desses dois órgãos, da CGE e da Secretaria de Governança", afirmou o deputado.
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) e o Gaeco ainda não forneceram mais detalhes da operação. Os mandados em Santa Catarina são cumpridos, além de Florianópolis, em Joinville, Balneário Camboriú, Navegantes e Ilhota. Ilegalidades praticadas em contratações que envolvem testes para detecção da Covid-19 estão no foco da investigação. Em nota, o MPSC comunicou que "de acordo com as investigações, existem fortes indícios de superfaturamento na aquisição dos insumos e ainda evidências de que marcas adquiridas seriam imprestáveis para a detecção eficiente do Covid-19 ou de baixa qualidade nessa detecção.O somatório do valor das dispensas de licitação sob investigação atinge o patamar que supera os 73 milhões de reais".