"Foi a maior injustiça da minha vida". Assim o prefeito Gean Loureiro, de Florianópolis, definiu na noite desta terça-feira, 18, a sua prisão temporária pela Operação Chabu. Loureiro passou detido da manhã até a noite, quando foi liberado da superintendência da Polícia Federal (PF) em Florianópolis.
"No cruzamento de informações dos depoimentos colhidos, verificaram que não havia necessidade da minha prisão", disse o prefeito. Ele está afastado das suas funções por 30 dias, por definição do desembargador Leandro Paulsen. do Tribunal Regional Federal (TRF-4) de Porto Alegre.
Embora diga que vá cumprir a determinação do afastamento, Loureiro antecipou que irá, ainda nesta quarta-feira, 19, buscar no TRF-4 a retomada do seu mandato. O vice-prefeito João Batista Nunes não foi empossado como prefeito em exercício ainda.
“Esse dia jamais será esquecido na minha vida. Eu como sempre deixei muita clara a minha relação com vocês. Eu sei que essa é a notícia de amanhã, eu prefiro vir e falar com vocês e esclarecer”, disse o prefeito, na entrevista coletiva que concedeu.
Além de Loureiro, mais um dos sete presos temporários foi liberado pela PF: o policial rodoviário federal Marcelo Roberto Paiva Winter. Seguem presos os delegados Fernando Caieron e Hélio Sant´Anna e Silva Júnior, o ex-secretário da Casa Civil do governo Eduardo Moreira, Luciano Veloso Lima, o empresário José Augusto Alves e Luciano da Cunha Teixeira.
A Operação Chabu investiga violação de sigilo em operações policiais em Santa Catarina. O esquema apontado envolveria servidores das polícias Federale Rodoviária Federal, empresários e políticos. Os crimes citados são de corrupção passiva, violação de sigilo funcional, associação criminosa, tráfico de influência, corrupção ativa e interferência em investigação penal.
Romanna Remor citada
Outra determinação do TRF-4 em relação a Gean Loureiro é que o prefeito não pode manter contatos com uma lista de oito pessoas também implicadas na Operação Chabu. Na relação estão os seis outros detidos desta terça-feira pela PF, mais Cláudio Roberto Bocorny Salgado e ainda a ex-vereadora de Criciúma e ex-deputada federal Romanna Remor. Ela foi secretária de Assistência Social do governo Eduardo Moreira, em 2018.