Dentro da estratégia de ter candidatos nos trinta maiores municípios de Santa Catarina, o governador Carlos Moisés (PSL) não esconde que gostaria de ver o deputado federal Daniel Freitas (PSL) candidato a prefeitura de Criciúma.
"Ele resistiu um pouco, mas a gente entende que ele é uma liderança, um jovem, empresário da região, bem conhecido, foi vereador, deputado mais votado, excelente representante da região, tem trabalhado muito no Congresso", disse, em entrevista exclusiva à Rádio Som Maior que foi ao ar no Programa Adelor Lessa desta quarta-feira, 26. "Em um primeiro momento houve uma resistência pelo mandato de deputado federal, se ele assim mesmo aceitar nós vamos apoiar ele em Criciúma, não tem dúvida", sublinhou.
Na mesma entrevista, Moisés fez críticas ao prefeito Clésio Salvaro (PSDB) por conta da condução do episódio envolvendo o contrato da Casan. "Eu acredito que o prefeito Salvaro tem os interesses políticos dele, que não se alinham com os do governo, isso ficou muito claro", enfatizou.
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Reeleição
Carlos Moisés faz o discurso habitual de quem começa mandato. "Eu hoje não penso na reeleição", afirmou. Mas no decorrer da conversa ele não descartou a possibilidade. "Todos dizem que eu sou. Não vai nos deixar sozinho, governador", brincou. "Três anos e meio passam muito rápido. O dia de amanhã a Deus pertence, mas não nego que estou disposto a fazer as entregas. Se há planos, projeto se vontade de continuar sendo criativo, vou para o pleito sim", revelou.
Moisés comentou que tem encontrado vez por outra alguns dos concorrentes da eleição vitoriosa de 2018. "No aeroporto, com todos eles. Me encontrei com o Camasão (Leonel, do PSOL), cumprimentei, depois o Gelson Merisio (PSD) em Brasília, o Décio (Lima, PT) e o Mauro Mariani (MDB) dentro do avião. De apertar a mão, rapidamente", relatou, referindo que não mantém relações pessoais com qualquer um deles. "Normal, pessoalmente eu não conhecia nenhum deles, fui conhecer nos debates. Não existia uma relação anterior como não existe hoje", emendou.
Vitória não foi na onda
Moisés reafirma que sua vitória não resultou de uma onda. "A nossa eleição não foi onda, mas deu um recado muito claro de que as pessoas podem fazer escolhas muito diferentes daquilo que se habituavam a fazer", apontou.
O governador lembrou que seu principal adversário no ano passado, o ex-deputado Gelson Merisio, fez menos votos no segundo que no primeiro turno. "Havia nove candidatos, o Merisio fez 30% no primeiro turno, e fez menos no segundo turno. O eleitor não queria, votou contra alguém pois quando tinha duas opções, eu encontrei muita gente que não votou em mim no primeiro turno e votou no segundo", relatou.
Ele entende que teve votos de todos os campos políticos. "A esquerda e a direita de Santa Catarina votaram no governador Moisés. Eu tenho que ser coerente, pois as ações de governo não podem pender para um lado nem para o outro", avaliou. "Essa questão de números, eu tinha uma esperança grande que eu estaria no segundo turno. Nós tínhamos pesquisas que indicavam 12% das intenções quando a NSC divulgou o Ibope de 1,7%, depois 9%, três dias antes da eleição nós tínhamos 29% e foi divulgado 9%. A reação nas ruas era muito diferente das pesquisas, por isso vai ser muito diferente agora", verificou, avaliando que há um novo paradigma vindo à tona na consciência do eleitor. "A gente está no caminho certo", concluiu.
Além da entrevista que foi ao ar nesta quarta-feira no Programa Adelor Lessa, o governador também foi entrevistado para o programa Nomes & Marcas, que será transmitida no próximio sábado pela Rádio Som Maior. Carlos Moisés recebeu o jornalista Adelor Lessa na tarde desta terça-feira, 25, na Casa d'Agronômica em Florianópolis.
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