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Granizo causou danos pontuais nas lavouras em setembro, diz Epagri

Extremo Sul foi uma das regiões mais atingidas

Por Redação Florianópolis, SC, 23/09/2021 - 15:03
Foto: Divulgação
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Entre os dias 17 e 21 de setembro, Santa Catarina foi atingida por granizo, que causou danos nas culturas agrícolas das regiões Extremo Sul, Oeste, Meio Oeste e Alto Vale do Rio Itajaí. Levantamento da Epagri indica que tabaco, trigo, milho, pêssego, ameixa, nectarina, erva-mate e pastagens foram as culturas afetadas. Darlan Rodrigo Marchesi, gerente estadual de extensão da Epagri, destaca que, no contexto estadual, os eventos não causaram forte impacto na agricultura. “Mas os agricultores que tiveram seus cultivos atingidos sofreram perdas significativas”, ponderou. A recomendação agora é que os produtores rurais que tiveram prejuízos procurem os escritórios da Epagri em seus municípios, para conhecer as medidas as serem adotadas.

No estado, foram atingidos 611 hectares de tabaco, com perdas entre 20 e 40% nas lavouras afetadas. A cultura do trigo teve perdas próximas a 20% em 400 hectares. No caso do milho, 63 hectares sofreram com o granizo, registrando prejuízos próximos a 15%. Na fruticultura, foram 49 hectares de pêssego, ameixa e nectarina, com perdas que chegam a 85% nos pomares afetados. A erva-mate sofreu perdas de 20% em 200 hectares. No caso das pastagens, 500 hectares sofreram com o evento meteorológico.

O Extremo Sul foi uma das regiões mais atingidas pelo granizo. Morro Grande, São João do Sul, Timbé do Sul, Meleiro e Balneário Gaivota foram os municípios mais afetados, com maiores perdas na cultura do tabaco. Cerca de 80 produtores já acionaram o seguro antigranizo, segundo informações obtidas junto à Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). “As lavouras de tabaco atingidas sofreram perdas entre 20% e 40%”, informou Edson Borba, gerente regional da Epagri em Criciúma. Ele explicou que a fase avançada de desenvolvimento das plantas na região deixou essa cultura mais suscetível ao granizo.

Áreas de milho foram afetadas pelo granizo no Extremo Sul, porém em menor proporção, já que as plantas estão em fase inicial de desenvolvimento. Os pomares de maracujá também sofreram, principalmente em Balneário Gaivota, com danos em folhas nos estágios iniciais, mas com possibilidade de recuperação. Cerca de 35 casas do meio rural de São João do Sul e Balneário Gaivota registraram danos em telhados.

Recomendações

“Os agricultores afetados devem procurar orientação técnica nos escritórios da Epagri, para encaminhar os procedimentos e manejos pertinentes” recomendou Darlan. Segundo ele, é necessário verificar a possibilidade de enquadramento no Proagro, nos casos de lavouras financiadas, ou no Seguro Agrícola.

Darlan relatou ainda que, para minimizar os danos no tabaco e erva-mate, a orientação é antecipar a colheita quando possível. Na fruticultura, é importante adotar manejo de doenças que possam acometer as plantas feridas pelo granizo. Nas lavouras de milho, a recomendação é acompanhar a densidade de plantas, verificando a necessidade ou não de ressemeadura e, quando possível, antecipar a adubação de cobertura.

Segundo Clóvis Levien Correa, meteorologista da Epagri/Ciram, os episódios de granizo em setembro foram ocasionados pela formação de um Cavado (área alongada de baixa pressão) e pelo Jato Subtropical em altos níveis da atmosfera. “Esta combinação favoreceu a formação de nuvens de desenvolvimento vertical, chamadas de supercélulas, que proporcionam vento forte e granizo, entre outros fenômenos”, destacou Clóvis. O meteorologista alertou que a primavera é um período propício para ocorrência de granizo, por isso a recomendação é para que os agricultores fiquem ainda mais atentos à previsão do tempo nesta estação do ano.

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