O condomínio Carmel, no bairro Mineira Velha, está há 12 dias sem água. Financiado pela Caixa Econômica Federal pelo programa Minha Casa, Minha Vida, muitos moradores estão vivendo ali de forma irregular, sem fazer o pagamento do condomínio. Assim, a dívida com a Casan é de R$ 2,4 milhões, em inadimplência que vem há anos.
A administração do condomínio procurou a justiça e a secretaria de Assistência Social para tentar solucionar o caso. De acordo com o secretário Paulo César Bitencourt, pelo menos 58 apartamentos, de 272, estão em situação de moradia irregular, e uma reunião com a promotoria nesta segunda-feira, às 11h, tentará alguma solução para que volte o abastecimento de água no local.
"O síndico me procurou na semana passada pedindo que eu o acompanhasse em encontro na defensoria para encontrar alguma solução. O condomínio entrou com uma liminar para religar a água, mas não conseguiu. Agora vamos pedir solução com o promotor. Aguardamos um sinal do promotor para a desocupação daqueles que estão no condomínio de forma irregular", falou Paulo César ao Programa Adelor Lessa da Rádio Som Maior desta segunda.
De acordo com a secretaria, o levantamento de apartamentos irregulares foi feito no começo do ano e encaminhado à Caixa, junto com uma lista de 70 pessoas aptas a residirem no local. Resta agora aguardar a determinação judicial para fazer a retirada das famílias irregulares.
O vereador Paulo Ferrarezi (MDB) procurou o Programa Adelor Lessa para falar sobre o assunto. Segundo ele, a situação está sem controle. "Os moradores compraram uns oito caminhões de água com um recurso que tinham, eu aconselhei aos moradores fazerem uma vaquinha para que comprassem mais caminhões até que seja tomada uma decisão. Para mim, tem que individualizar a água de cada morador. Se não fizer isso, nunca vai acabar esse problema. Tem moradores que pagam condomínio, mas a maioria não. Desde o início a administração do condomínio foi conduzida de forma errada, faltou gestão. Ali tem pessoas que não recebem salário. Se não individualizar a água, as pessoas ali não vão ter qualidade de vida. São 12 dias sem água, eu nunca vi nada igual", disse o vereador.
A ocupação irregular acontece por meio de invasões ou até mesmo de proprietários que revendem o apartamento a outras famílias. "A gente percebe que o valor da prestação é muito mais baixo do que o do condomínio. Tem prestações até de R$ 27 por mês um subsídio muito forte do governo federal. O valor do condomínio é mais de R$ 100. Tem aqueles que fizeram a venda irregular, continuam pagando a parcela da Caixa, mas não pagam a do condomínio", concluiu Paulo César Bitencourt.