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Lei municipal em cidade do sul de SC contribui com portadores de fibromialgia

Moradora relata o convívio diário com a doença

Por Redação Morro da Fumaça, SC, 17/01/2021 - 19:36
Foto: Divulgação
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Há sete anos, Adriana da Rosa Alves passou a sentir fortes dores por todo o corpo, que a impossibilitavam de realizar ações básicas como levantar da cama sozinha ou arrumar o cabelo. Preocupada, ela foi a um médico, no início achando que era problema de coluna. Exames realizados constataram  alguns problemas e ela começou a tratar a coluna, mas as dores continuavam. "Depois de alguns meses o médico então desconfiou, pois eu ainda estava muito debilitada com bastante dificuldades para caminhar. Foi então que ele me encaminhou para um especialista em dor", comenta.

As dores no corpo de Adriana são ocasionadas pela fibromialgia, uma síndrome clínica que se manifesta principalmente com dores na musculatura. Junto com ela, a pessoa sofre com cansaço extremo, sono não reparador, alteração de memória e atenção, ansiedade, depressão, alterações intestinais e grande sensibilidade ao toque por outras pessoas. "O grande problema da fibromialgia é justamente este, ela não é detectada em exame nenhum, somente com exames físicos e através do relato do paciente o médico consegue detectar a síndrome. É importante saber que a fibromialgia não tem cura. Somente controle, infelizmente. Convivemos com dores 24 horas por dia", explica Adriana, acrescentando que o seu tratamento é somente com medicação, massagens para relaxamento, quiropraxia e acupuntura.

Melhorias trazidas pela lei

Como dito por Adriana, as dores prejudicam até nas tarefas mais simples do dia a dia, imagine então outras atividades mais complexas. Para contribuir com estas pessoas, Morro da Fumaça ganhou a Lei nº 1.908, que, além de instituir o Dia Municipal da Fibromialgia, também lhes permite atendimento preferencial em bancos e outros órgãos, além de estacionar em vagas destinadas a idoso, gestantes e deficientes. "A lei tem nos ajudado a ter mais conforto e dignidade. Muitas vezes tive que esperar em filas que tive até mesmo que me sentar no chão por não aguentar a dor e pior, depois para levantar precisei da ajuda de alguém.  É muito triste com todos te olhando sem saber o por quê, pois muitas pessoas não entendem se não conseguem ver nada. Hoje podemos pegar a fila preferencial e assim poder ser atendidas mais rápido sem passar por tantos constrangimentos, assim como a vaga no estacionamento", salienta.

A fibromialgia atinge na maioria mulheres e em Morro da Fumaça elas criaram um grupo para trocar experiências, além de realizar reuniões com profissionais da saúde que podem contribuir com elas.

Após a aplicação da lei, cada uma recebeu uma carteirinha que é apresentada nos locais frequentados para assim receberem o atendimento preferencial. "Esta lei é muito importante para os portadores desta síndrome. Algo que não podemos ver, mas que causa grandes dores e sofrimentos para estas pessoas. Muitas vezes elas têm fortes crises de dor, então como andar uma  longa distância por não ter estacionamento perto? Ou como permanecer em uma fila por longo período? Tudo que pode ser feito, nós continuaremos fazendo para ajudá-las", fala a secretária do Sistema de Saúde, Marijane Felippe.

Iniciativa e encaminhamento

A lei foi apresentada pelos ex-vereadores Antonio De Luca e Jerson Maragno e levada adiante pelo então secretário de Saúde e hoje vereador, Robson Francisconi, sancionada pelo prefeito Noi Coral. "Eles ouviram as demandas deste grupo, entenderam as necessidades, se sensibilizaram e apresentaram a lei. Nós compreendemos que esta iniciativa é de fundamental importância para os portadores de fibromialgia e a sancionamos. Acreditamos que tem contribuído com elas", relata o prefeito.

Adriana segue na luta em favor dos portadores da síndrome, inclusive como membro da Associação Nacional de Fibromiálgicos (Anfibro). "Esta é uma doença que atinge o dia a dia de quem é portador, afetando não só o físico, mas também o psicológico. Por isso, leis como esta são importantes para contribuir com a vida destas pessoas", comenta o vice-prefeito, Eduardo Sartor Guollo.

Quem ainda não fez a carteirinha e tem interesse, deve procurar a Secretaria do Sistema de Saúde. Já a carteirinha do estacionamento é confeccionada no Departamento Municipal de Trânsito. Ambos os órgãos ficam na Sede Administrativa II, no Edifício San Valentin, no Centro da cidade.

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