Após viralizar vídeo do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), se posicionando contra um professor da Rede Municipal de Ensino, duas manifestações foram articuladas neste sábado, 28. Trata-se da Parada LGBTQIA+, que está acontecendo no Parque Centenário e o Piquenique da Família, concentrado no Parque das Nações.
No vídeo que havia sido postado na rede social de Salvaro, o próprio dizia "essa viadagem na sala de aula nós não concordamos". A fala foi diante a reprodução do clipe Etéria do cantor Criolo, aos alunos do 9º ano. O governador municipal ainda alegou ter exonerado o educador, afirmando que o conteúdo passado era contra as Diretrizes Curriculares de ensino.
A vereadora de Criciúma, Giovana Mondardo (PCdoB), encaminhou uma denúncia contra o prefeito da cidade ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o qual se manifestou na última sexta-feira, 27, com a seguinte nota:
O Ministério Público de Santa Catarina vem a público informar, em razão dos recentes episódios ocorridos no Município de Criciúma e noticiados pela mídia envolvendo as falas do Prefeito Municipal em rede social e seus posteriores desdobramentos, que a Procuradoria-Geral de Justiça instaurou uma notícia de fato a fim de apurar eventual responsabilidade criminal na conduta do chefe do Executivo de Criciúma.
O MPSC informa, também, que na Comarca de Criciúma há procedimentos na área da cidadania e direitos humanos e que houve o encaminhamento para a área da educação a fim de avaliar a regularidade e o cumprimento do plano de ensino municipal, sem prejuízo do acompanhamento do inquérito policial já instaurado na Polícia Civil que objetiva apurar e punir os responsáveis pelo vandalismo e depredação do patrimônio público municipal.
O Ministério Público de Santa Catarina apurará os fatos à luz dos parâmetros legais vigentes no país, dissociado de qualquer aspecto ideológico. Terminadas as apurações, o Ministério Público apresentará suas conclusões sobre os fatos e adotará as providências necessárias, cumprindo suas atribuições constitucionais e seu dever de prestar contas à sociedade catarinense.
Manifestações
Em prol disso, manifestantes LGBTQIA+ promoveram um evento, com o objetivo de lutar pelo movimento. "Uma das maiores importâncias de a gente estar aqui hoje frente à essa causa é por sentir quando um dos nossos é abatido. A gente sente a dor do outro como se fosse nossa e temos empatia para compartilhar essa dor em um ato, um grito de força que é o que estamos fazendo" destacou Davi Alvim Guilherme Martins, de 19 anos.
A manifestação está contando com o apoio da Polícia Militar (PM) e Defesa Civil de Criciúma. Além disso, pede 1kg de alimento para a participação.
O Piquenique da Família também foi implantando diante do cenário, no entanto, com o objetivo de repudiar a atitude do educador. Uma das frases escritas para o chamamento de participantes é: "Não mexa com nossas crianças".
O criciumense Tiago, de 33 anos, declara que a intenção não é atingir ninguém, mas sim ser a favor da família. "Estamos aqui pelo convívio familiar, pela alegria, pelo passeio. Isso que é o bacana, não estamos sendo contra as pessoas, mas sim enaltecendo os grupos familiares", destacou.
Anteriormente, o piquenique seria feito no mesmo lugar do manifesto LGBTQIA+. Porém, por orientação da Polícia Militar (PM), o local precisou ser mudado. A exigência é que cada participante leve roupas ou alimentos não perecíveis.