Será fechada de maneira definitiva a maternidade do Hospital São Donato (HSD) de Içara. O funcionamento segue até o dia 31 de maio, não realizando mais partos a partir de 1º de junho. Com a readequação dos serviços prestados, 15 funcionários devem ser demitidos. A situação dos novos leitos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) também é delicada.
“Ontem numa reunião técnica, com o Julio e o secretário de Estado, foi decidido, com a palavra do secretário que não pagaria a partir de junho. Sabendo disso, nos reunimos hoje com o conselho, o Julio apresentou um plano, e a partir do dia 1º vamos descontinuar o serviço. Infelizmente o conselho sai triste e decepcionado”, disse o presidente do hospital, Waldemar Luiz Casagrande.
No dia 25 de abril foi anunciada a suspensão dos serviços e da habilitação dos novos leitos de UTI. O Governo do Estado estava devendo R$ 940 mil, dinheiro referente aos salários dos médicos. A questão parecia resolvida, depois que o pagamento de R$ 300 mil foi acertado.
“A gente não sabe o que o estado quer com o Hospital. Sabemos apenas que a partir de junho não teremos mais esses pagamentos. Se é vontade do estado que não seja mais feito esse serviço, assim vai ser”, disse Casagrande. “A maternidade que existe aqui na região Sul é o Materno Infantil. Essas mulheres devem procurar o Materno Infantil”, completou o diretor Julio De Luca.
E a situação da UTI?
A UTI foi inaugurada em dezembro de 2018, mesmo sem entrar em funcionamento. São dez novos leitos, prontos para serem utilizados, desde que profissionais sejam contratados. A expectativa era de que 30 pessoas fossem chamadas para serviços técnicos de enfermagem, enfermagem, cozinha, higienização, além de recepção. Em abril um processo licitatório foi iniciado.
“O que o Estado se propõe a pagar é R$ 260 mil, que não cobre os custos da UTI. Ainda faltariam em torno de R$ 100 mil por mês. Nós agora temos que readequar os custos a nova realidade financeira do hospital”, concluiu De Luca.
A ala de UTI conta com sala de espera, vestiários, área de higienização e consultório médico. Foram investidos R$ 2,8 milhões apenas com equipamentos.
“O Estado gastou R$ 6 milhões e mais uma verba própria do Hospital. Seria uma pena não colocar para funcionar. Mas, com esses valores que o Estado propõe é um risco muito grande colocar para funcionar. É uma situação muito complexa, ou arrumamos dinheiro de outras fontes ou será muito complicado”, afirmou o diretor.