Os mineiros da região de Criciúma declararam greve após assembleia geral da categoria realizada na manhã deste sábado em Siderópolis. Cerca de 400 mineiros participaram, representando os 3 mil trabalhadores vinculados a seis carboníferas da região.
Ficou definido o início da greve para o primeiro turno dos mineiros deste domingo (6), a partir das 7h, iniciando pela Carbonífera Metropolitana. "O nosso objetivo nunca foi fazer greve, mas temos que entender as razões dos trabalhadores", comentou Leonor Rampinelli, diretor do Sindicato dos Mineiros de Siderópolis.
O principal entrave nas negociações ficou por conta do índice de reposição da inflação. As empresas ofereceram 12%, o que significa 2% de ganho real sobre os 10% do INPC, enquanto os mineiros solicitavam 14%, um acréscimo de 4% em cima do índice inflacionário.
“A gente sabe que é um momento difícil do país, mas nós vamos acatar a decisão do trabalhador. Tivemos uma reunião na sexta-feira, com uma tentativa de conciliação, mas o trabalhador não está contente. Não podemos comparar o trabalhador do carvão com outras categorias porque nossos trabalho é dificultoso e a gente percebe a ausência dos donos das empresas de não saberem essas dificuldades”, destacou Rampinelli.
Em outros itens da pauta, as empresas propuseram acordos, como a assistência médica de 120 dias para o trabalhador, em vez dos 90 dias atuais, o vale-leite para o funcionário e o salário de 5 meses para assistência das famílias dos mineiros em caso de óbito (antes eram 4 salários). "Mas ainda assim isso é pouco. Queremos a igualdade salarial, que sempre varia de uma empresa para outra", finalizou Rampinelli.