Enquanto não houver uma contraproposta das empresas, a greve continua. Essa é a informação do Sindicato dos Mineiros sobre a paralisação dos trabalhadores do Sul de Santa Catarina que começou à 0h desta segunda-feira (7). O Sindicato das Indústrias de Extração de Carvão de Santa Catarina (Siecesc) alega que a oferta de 12,45% de reajuste salarial representa o maior índice já concedido no estado e que os funcionários não estão dentro dos requisitos para validar a suspensão das atividades.
Segundo o presidente do Sindicato dos Mineiros de Siderópolis, Cocal do Sul e Treviso, Leonir Rampinelli, a última proposta registrada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) foi de 70% do INPC, pedindo reposição da inflação mais um ganho real. “Os trabalhadores estão pedindo 4% do INPC e os empregadores estão oferecendo 2%”, disse, em entrevista ao Programa Adelor Lessa.
Além disso, Rampinelli destaca que o negociador do Siecesc não tem conhecimento para discutir a realidade dos trabalhadores. “Ele não conhece nossa realidade, tem que ser tratado como alguém que sabe a dificuldade passada numa mina” disse, acrescentando que “temos que ver o lado social, não são só números, tem coisas que podem melhorar a vida do trabalhador”.
O advogado e negociador do Siecesc, advogado Sérgio Jochen, contrapôs a informação do sindicalista relativa aos índices discutidos para reajuste. Além disso, informou sobre o ajuizamento do dissídio coletivo mas que infelizmente alguns membros do Sindicato dos Mineiros “não têm o preparo para enfrentar uma situação como essa”.
A greve mobiliza mais de 2,6 mil mineiros do Sul de Santa Catarina e conta, segundo o sindicato, com 100% de adesão nas mineradoras de Siderópolis, Treviso, Urussanga, Içara e Lauro Müller.