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Minimizar circulação pública diminui carga viral e pode evitar contágios de coronavírus

Pneumologista Celso Menezes explicou ação do vírus no organismo; Criciúma tem protocolo para exames

Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 17/03/2020 - 10:44 Atualizado em 17/03/2020 - 10:45
Foto: Divulgação
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São 234 casos confirmados no Brasil, sete em Santa Catarina e um no Sul catarinense. Especialistas alertam para duas coisas: a necessidade de contenção do avanço do Covid-19 em território nacional, estadual e regional, ao mesmo tempo em que não há motivos para pânico. Não há nenhum caso de morte decorrente do vírus no país e, em Santa Catarina, não há a contaminação comunitária. Criciúma prepara-se para receber os casos suspeitos, com protocolo de atendimento sendo seguido nas unidades de saúde, enquanto médicos ressaltam a eficácia das políticas de reclusão e paralisações das atividades públicas. 

O pneumologista Celso Menezes concedeu entrevista ao Programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior, nesta terça-feira, 17, e detalhou como o trabalho de contenção, com a estratégia de reclusão e paralisação das atividades, poderá ser importante para o combate do avanço do vírus e evitar o colapso do sistema de saúde local. 

"Se tiver menos pessoas circulando (em locais públicos), vai dar tempo que o próprio organismo das pessoas se estabelecam e que elas tenham condições naturais e particulares de eliminar o vírus. Ele depende de uma quantidade para evoluir no organismo, nós temos defesas naturais que combatem os agressores", explicou.

De acordo com o médico, um dos desafios ao Covid-19 é entender a quantidade de carga viral, em um vírus que é tido como de rápida propagação. "O vírus depende de carga viral, tem que ter um índice elevado do contato para contágio, só que esse vírus se multiplica muito rápido, esse é o problema. Se o sistema de contenção funcionar, a carga viral será menor e com isso menos transmissão e pessoas infectadas", apontou.

O período de incubação do vírus, tempo em que demora para os sintomas se manifestarem, é de 14 dias, Nesse período ele circula pelo organismo e pode ser transmitido. Em quadro clínico leve de evolução (80% dos casos), o vírus apresenta os sintomas (irritação na garganta, febre alta, tosse, dores pelo corpo, letargia, dificuldades para respirar) de cinco a sete dias, quando é eliminado pelo organismo. 

A diminuição da carga viral nos ambientes, segundo Celso, pode ajudar na produção de defesas naturais e assim conter o avanço do Covid-19. "Ter menor quantidade de vírus circulante, se entrar em contato com o vírus será com menos quantidade e as nossas defesas naturais podem bloquear. Vai dar um tempo que os sistemas imunológicos recebam informação, codifiquem o agressor e comecem a trabalhar e produzir anticorpos e defesas".

Na contramão da palavra de especialistas em medicina e da Organização Mundial da Saúde (OMS) vai o discurso do ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes. Em pronunciamento sobre uma série de medidas da pasta da economia em tempo de coronavírus, ele afirmou que os jovens podem permanecer nas ruas trabalhando, enquanto os idosos devem tomar mais cuidados. "Temos que tentar manter uma vida o mais próximo do normal", disse Guedes.

Situação em Criciúma

O Sul catarinense tem um caso confirmado de coronavírus; em Criciúma, são 27 casos suspeitos, ainda aguardando resultado dos exames do Lacen de Florianópolis. Contando o Hospital São Donato, em Içara, e São José, em Criciúma, são quatro leitos de UTI preparados para receberem possíveis pacientes com o quadro mais grave da doença.

Quem estiver com o sintoma e foi a uma área de risco recentemente, deve procurar a UBS, fazer o exame e ficar em reclusão até obter o resultado. O médico infectologista Renato Matos, que participa das reuniões da prefeitura de Criciúma para tratar da contenção da epidemia, falou sobre os problemas estruturais que o município pode apresentar. 

"Temos 100 ventiladores mecânicos, 70 ou 80 já estão ocupados. Um paciente com coronavírus que vai pra ventilação tem tempo habitual de três a quatro semanas. Claro, que aí tem que se suspender cirurgias eletivas, os centro cirúrgicos têm ventiladores mecânicos. O manuseio desse equipamento é delicado e exige conhecimento muito grande, são poucos médicos que trabalham com isso. Um cardiologista ou cirurgião não sabe mexer", disse.

O único paciente com coronavírus, até o momento, que necessitou de internação em Santa Catarina foi o homem de Braço do Norte, internado no São Donato. De acordo com o hospital, ele está estável, respirando normalmente e aguarda a eliminação do vírus no organismo para receber alta. 

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