O agravamento da situação de Criciúma perante à pandemia de Covid-19 - a cidade chegou a 123 óbitos por coronavírus desde o início da pandemia, todos os leitos de UTI estão ocupados e a região voltou ao estágio gravíssimo na matriz de risco do Estado - fez a prefeitura lançar novas diretrizes. O prefeito Clésio Salvaro anunciou o lançamento da campanha "Bom senso: a pandemia ainda não acabou".
"Não vai ter nada parado. O que defendemos é a vida em primeiro lugar, temos que continuar trabalhando. Não vai ter lockdown", assegurou Salvaro, embora vários serviços estarão, a partir da próxima sexta-feira, 27, sob vigor de novas e mais restritivas medidas. "Conversamos com todos os segmentos sobre a conscientização das pessoas. Todos precisamos nos ajudar Tivemos uma reunião com todas as unidades de saúde discutindo estratégias, testagem. O prefeito liberou testagem que com dois dias de sintomas faz teste, diagnostica, isola", informou o secretário municipal de Saúde, Acélio Casagrande.
O teste por antígeno vai permitir o diagnóstico de novos casos em 48 horas e será aplicado, sob recomendação médica, em unidades de atendimento no Centro, Quarta Linha, Santa Luzia, Milanese, Próspera e Rio Maina. "O teste de antígeno, que vai permitir tratamento mais rapidamente com o diagnóstico, será feito só com a recomendação do médico", reforçou o secretário Acélio. "Desde que o médico solicite, com dois dias de sintomas, ele será fornecido em locais estratégicos. O antígeno é aquele que é coletado nas narinas e com essa amostra, resultado rápido e tratamento rápido", detalhou.
A prefeitura está colocando ao dispor do Governo do Estado mais 90 leitos, chamados de retaguarda, para uso, em caso de necessidade, na antiga Casa de Saúde do Rio Maina, o Centro de Tratamento Coronavírus que tornou-se centro de reabilitação de pacientes. "Se precisar, como retaguarda, o hospital está sim disponível para internar pacientes", confirmou Salvaro, mas não com a complexidade de uma UTI.
Sem lockdown
O prefeito fez questão de reforçar que, em momento algum, a prefeitura está planejando fechamento de serviços. "As pessoas não podem ficar o tempo todo confinadas em casa. Se sair, que saiam com todos os cuidados", destacou Salvaro. "As pessoas não estão pegando o vírus no local de trabalho. Estão sendo contaminadas nas festas de fim de semana, à noite, nas baladas, nos bares, não é no trabalho. Por isso não terá lockdown em Criciúma, todo mundo tem que trabalhar. Tem que se cuidar, não pode o governo ser o único responsável", destacou.
Questionado sobre a fiscalização do transporte coletivo, Salvaro salientou que mantém conversas constantes com a Associação Criciumense de Transporte Urbano (ACTU). "De acordo com a reclassificação, os ônibus passam a ter lotação de apenas 50%, um assento sim, outro não. Em todos os ônibus na entrada tem álcool gel e uso obrigatório de máscara, a pessoa só pode entrar no ônibus se tiver máscara", salientou.
Em busca da vacina
Salvaro anunciou que na segunda ou terça-feira seguinte ao segundo turno das eleições, na semana que vem, estará reunido com o governador Carlos Moisés - em se confirmando o seu retorno ao cargo a partir de sexta-feira - para tentar agilizar a liberação de vacinas, assim que elas estiverem prontas e liberadas para uso junto à população. "Mas não estamos recomendando tratamento preventivo, seguimos fazendo o que os médicos orientam. E vamos voltar a higienizar as ruas a partir desta quinta-feira", sublinhou Salvaro.
O prefeito concordou que se trata do momento mais preocupante da pandemia até aqui. "Sim, estamos com 100% de ocupação no privado e no público, isso vale para internação clínica e UTIs. As pessoas estão sendo encaminhadas para hospitais com disponibilidade, mas é um momento muito difícil", acrescentou, lembrando que Criciúma está com mais de 1,1 mil casos ativos de Covid-19. O secretário Acélio destacou que mais cinco leitos de UTI devem ser abertos pelo Hospital São José em breve. "Eles estão conseguindo esses profissionais para operar esses leitos", destacou Acélio.
Assista o pronunciamento de Salvaro no vídeo abaixo: