Está avançando o trabalho de desassoreamento da Barra do Camacho, entre Jaguaruna e Laguna, que começou há três semanas. O serviço é contratado pela prefeitura de Jaguaruna com repasse de R$ 10 milhões pelo Governo do Estado e visa reconectar a Lagoa do Camacho ao Oceano Atlântico. O assoreamento do canal vem gerando sérios problemas ambientais e econômicos para os mais de 1,5 mil pescadores estabelecidos na região.
"Faz mais de 20 dias que a empresa está trabalhando no desassoreamento da Barra do Camacho. Já foram retirados 35 mil m³ de material, a empresa vem trabalhando forte das 7h às 19h, de segunda a sábado, 12 horas diárias. A draga tem um potencial de escavar 160 a 180 m³ por hora", relatou o prefeito Laerte Silva (PSC). "Está em ritmo acelerado, o serviço é de qualidade", acrescentou.
O canal da barra ainda não está tomado pela água de novo, já que ainda há muita areia a ser removida. "Na semana passada fizemos umas imagens aéreas, já vemos que o canal está tomando outra forma. Estamos com expectativa de retirar até 250 mil m³. Retiramos uma parte até agora, mas já notamos a água mais escura, já escavamos 4 metros de profundidade por 33 metros de largura", contou. "Estamos desassoreando da ponte até a lagoa, da ponte até a ponta da barra segue assoreada. A empresa faz assim para que a maré não entre no canal e dificulte o trabalho. Eles vão fazer o máximo de sucção de areia com a barra fechada. E quando estiver perto da boca se faz a abertura", detalhou.
Cidades vão levar a terra
A prefeitura de Jaguaruna encontrou uma saída criativa para os 250 mil m³ de terra que serão retirados do canal. Ela será doada para municípios que se interessem no material para executar obras. "A gente entrou em contato com todos os prefeitos da Amurel, essa areia vai ser doada para os municípios para uso em pavimentação, asfalto, lajotas, quadras poliesportivas, o município de Jaguaruna está doando. São Ludgero, Sangão, Tubarão, Laguna e São Martinho já mandaram ofício para nós, a gente já liberou esse material, os municípios vizinhos vão buscar", comentou Laerte.
O prefeito de Jaguaruna revelou que, enquanto não é levada, a carga de areia fica armazenada em um ponto próximo da Barra do Camacho. "O material é sugado e jogado numa área chamada bota-fora, um deles fica a 50 metros do canal, uma área para depositar até 85 mil m³, os outros dois tem capacidade de 50 mil m³ cada um", afirmou.
Ele relatou que ao menos duas grandes obras da região usarão a areia retirada do Camacho. "Temos duas grandes obras de pavimentação, a Ageu Medeiros em Tubarão e a Pedro Rosa Lemos, que liga a SC-100 até Congonhas, já estamos colocando esse material no pacote da licitação para servir de matéria-prima para essas duas obras", completou.