A falta de medicamentos necessários para a internação de pacientes com Covid-19 vem preocupando a direção do Hospital São Donato, em Içara. Atualmente, o hospital conta com três pacientes positivos internados em clínica, dois idosos e uma gestante, mas a dificuldade na compra de insumos para tratamento é o maior motivo de preocupação, em casos de um aumento no número de internações.
De acordo com o diretor administrativo do São Donato, Júlio De Luca, representantes e saúde da região estiveram reunidos virtualmente com o procurador federal para apresentar as dificuldades na compra de medicamentos, em busca de uma solução. Júlio aponta para um aumento no preço dos insumos, além da falta de comunicação com o Ministério da Saúde para mais orientações.
"Temos medicamentos em que pagávamos R$ 4,70 uma ampola e agora passou para R$ 10,90. Outro medicamente pagávamos R$ 20,99, os bloqueadores musculares, e agora passou para R$ 49. Um que custava R$ 15 passou para R$ 32 e outro que custava R$ 9 passou para R$ 25. E mesmo assim não estamos conseguindo comprar", declarou Júlio.
O diretor administrativo destaca que o Ministério da Saúde não vem dando respostas aos secretários de saúde municipais e estaduais, e que há uma linha conturbada com o Governo Federal. No mais, a situação do novo coronavírus, que atualmente é relativamente tranquila em Içara, pode começar a piorar devido descumprimentos de orientações por parte da população.
"Tudo indica que vai piorar. Estive com o secretário estadual da Saúde e eles fazem uma previsão de que em 21 dias irá dobrar o número de mortos em SC. Estão bastante preocupados também, mas não conseguem resposta com nível federal. O Ministério da Saúde poderia nos auxiliar na compra desses equipamentos, entrar em contato com outros países e importar insumos", pontuou Júlio.
Um dos insumos em falta para tratamento de Covid-19, o bloqueador neurocircular, é usado normalmente uma ampola para cirurgias comuns. Em um paciente com coronavírus, chegam a ser mais de 80 ampolas por dia. Com outros medicamentos, cerca de 160 ampolas chegam a ser utilizadas em um único dia para pacientes com a doença.
O relaxamento da população em relação a segurança também preocupa o município, segundo Júlio. "Agora tudo foi aberto, a vida vai voltando ao normal e as pessoas passam a ter um olhar mais normal para a situação e não se atém para o perigo que é essa doença. Tem muita gente que não está levando as coisas muito a sério", pontuou.