Vai completar um mês na próxima sexta-feira, 17, a Operação Covid-19 da Polícia Militar de Santa Catarina. Desde então, e por tempo indeterminado, a corporação está em regime de urgência em Santa Catarina.
"A PM adotou rodízio, três quartos trabalhando e 25% em home office. A reserva técnica é necessária pois os PMs que estão nas ruas atuando precisam ser substituídos. A gente não sabe quando vai acabar a pandemia, então os PMs tem que estar prontos, com saúde, para render os PMs que estão nas ruas", aponta o tenente coronel Cristian Dimitri Andrade, comandante do 9o Batalhão de Polícia Militar e respondendo interinamente pelo comando da 6a Região Policial Militar.
A PM também tem baixas em função do coronavírus. "Sim, temos baixas. Assim como parcela da população, nós também. Mas não temos diagnósticos de testes para policiais identificados com covid-19. Temos casos suspeitos. O policial está na rua 24 horas. Apesar de ter proteção individual, o policial também se relaciona com seu círculo de contatos", informa. "O policial que precisa de isolamento, ele ganha o afastamento previsto, de 14 dias em residência, faz os testes rápidos, tem retorno ou trabalho em home office", completa.
190 toca muito
Desde o início do isolamento social, a Polícia Militar tem sido procurada e muito pela população para denúncias. Desde estabelecimentos fechados até condutas inadequadas, como reuniões de grupos, são informadas rotineiramente pelo telefone 190 e pelo aplicativo PMSC Cidadão. "A PM quer ajudar, não quer atrapalhar em nada", pondera o comandante.
Mas há uma dificuldade antiga que se repete: os trotes. "A população pode e deve colaborar conosco. A PM precisa do apoio da comunidade, que seja apoio sério. Uma ocorrência que não seja trote, para envidar esforços em ocorrência real e não perder tempo deslocando para ocorrência que não está ocorrendo. Mas os trotes continuam ocorrendo", lamenta.
Desde o início da Operação Covid-19, a PM já atendeu 800 denúncias na região compreendida por Criciúma, Forquilhinha, Nova Veneza, Siderópolis e Treviso, componente do batalhão. "Tivemos 800 denúncias de modo geral que chegam pelo 190, pelo aplicativo PMSC Cidadão. Dessas 800, tivemos 37 notificações, ou seja, 4,75% das denúncias resultaram em notificação. A comunidade acaba, nessa conversa com o PM, na triagem, fazendo com que aquelas irregularidades sejam sanadas", informa Dimitri. "Das 800, apenas quatro interdições, na área de cinco municípios. Elas correspondem a 0,5% das denúncias. A PM está nas ruas com sistema de som nas viaturas aconselhando a sociedade para que cumpra o estabelecido pelos decretos e normas vigentes", completa o comandante.
As quatro interdições registradas na região foram nos primeiros dias da crise. "Naquela primeira semana, na JBS de Forquilhinha e Nova Veneza, em uma metalúrgica em Siderópolis e em outro estabelecimento comercial, uma indústria que estava irregular, com excesso de funcionários sem proteção, até idosos trabalhando", constata.
Tem até festa
São muitas as denúncias de aglomerações de pessoas. Até festas vêm sendo referidas em redes sociais. Uma "balada secreta" foi flagrada neste fim de semana em Morro da Fumaça. A PM pode acabar com esses eventos? "Não digo acabar, como se a PM fosse acabar com o evento de uma forma que não é a nossa rotina. Temos uma postura séria, uma polícia de proximidade, tanto que quando a PM vai através de uma denúncia, a denúncia tem que ser checada", informa o tenente coronel. "Nas ocorrências que vamos, temos uma resolutividade muito alta. Quem não encerra no prazo determinado é notificado", detalha.
Ouça a entrevista do comandante da PM regional no podcast: