O menino que corria atrás das notícias se tornou um jornalista consagrado que escreveu mais que matérias: gravou o nome no jornalismo catarinense. E aquele "Menino Que Corria Atrás das Notícias", agora é nome de livro, onde Mário Medaglia descreve algumas das histórias vividas ao longo de seus 50 anos de profissão. Algumas destas “peripécias”, ele contou a Adelor Lessa, no programa Nomes & Marcas, da Som Maior deste fim de semana.
Nascido em 1944 e natural de Porto Alegre, ele iniciou no jornalismo como repórter da editoria de Esportes do jornal Zero Hora, na capital gaúcha.
Em 1971, quando terminava a graduação em jornalismo na Faculdade dos Meios de Comunicação Social da PUC-RS (Famecos), participou da criação do Jornal de Santa Catarina, em Blumenau. A partir de 1972, foi para Florianópolis, atuando como repórter e editor de Esportes do jornal O Estado, correspondente da revista Placar, comentarista esportivo da Rádio/TV Cultura e da CBN, editor do Diário Catarinense e colunista do jornal Notícias do Dia. Também foi assessor da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) e membro do Conselho Estadual do Esporte.
Também teve passagem por Brasília onde trabalhou na assessoria do Banco Nacional de Crédito Cooperativo e foi chefe de redação na RBS TV. “Em 1971 fui para Blumenau ao ser convidado para ajudar a criar o jornal de Santa Catarina, fiquei lá pouco mais de um ano e fui atraído por Florianópolis e pelo jornal O Estado que virou um jornal de grande circulação estadual. Fiquei em Florianópolis, com saídas para Brasília, acompanhei a Chapecoense no primeiro Campeonato Brasileiro que ela participou em 1973. E foi aí que me estabilizei em Santa Catarina e fiz boa parte dos meus 50 anos de profissão no esporte”, contou.
Fortemente ligado ao esporte, o jornalista contribuiu para que os times catarinenses ganhassem mais destaque. “Quando comecei a assistir os jogos em Florianópolis, achei estranho as cores na arquibancada. Era Vasco, Flamengo, Botafogo, uma bandeira de time paulista. O que fiz foi valorizar os nossos clubes de Santa Catarina e em Florianópolis implantei o setorista, que para mim não era novidade porque fazia isso no Zero Hora. Então passamos a ter o repórter no clube, na concentração e aos poucos foi dando resultado. As emissoras de rádio tinham esta cobertura mais assídua, mas não tão assídua assim”, falou.
Cobertura de mais de 30 Jogos Abertos
Ainda no trabalho como jornalista esportivo, Medaglia esteve presente em pelo menos 30 Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), o primeiro em Rio do Sul, em 1971. Nos eventos, ele viveu experiências que faz questão de contar.
O atual jornalismo
Fora das redações, Medaglia também opina sobre o jornalismo dos dias atuais. “O caminho é o jornal regional. Ele é a peça de resistência porque o estadual não se cria mais. Sou fanático por jornalismo, pelo rádio, embora seja o veículo que eu menos tenha trabalhado. A evolução da tecnologia em vez de ajudar, deixou as pessoas preguiçosas. Nós trabalhamos em um tempo que para fazer uma ligação precisava pedir para a telefonista. O Telex era o nosso instrumento de trabalho quando íamos viajar. Corríamos atrás das notícias mesmo, hoje as notícias caem no colo da gente. Houve ainda uma distorção da função do assessor de imprensa. Ele está lá para facilitar o trabalho da imprensa e não para dificultar. A coisa ficou muito sem graça. Os clubes (de futebol) tem a TV, o rádio, o assessor. Não tem mais aquele molho que conseguíamos fazer. Hoje a coisa ficou muito quadrada, sem graça”, enfatizou.
Ouça o Nomes & Marcas com o jornalista Mário medaglia na íntegra: