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Operação Aletheia: quatro líderes criminosos presos

Os crimes envolvem extorsão sexual e investigações levaram 15 meses

Amanda Farias / Paulo Monteiro Criciúma, SC, 07/07/2020 - 07:09 Atualizado em 07/07/2020 - 15:17
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A Divisão de Investigação Criminal de Criciúma (DIC) cumpriu na manhã desta terça-feira, 7, oito mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva, como parte da investigação da atuação de uma organização criminosa. Trata-se da Operação Aletheia, que apurou crimes cibernéticos de extorsão sexual, envolvendo pessoas de Criciúma e Içara. Os crimes envolvem também investigados de outras cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

A operação envolveu cerca de 50 policiais civis da região e também da capital. "Além das extorsões sexuais e da organização criminosa, já há indícios de lavagem de capitais, falsificação de documentos, falsidade ideológica e corrupção de menores", detalha o delegado Yuri Miquelluzzi, responsável pela DIC e foi quem comandou a operação.

O grupo agia através da internet, criando perfis falsos de garotas e utilizando-os para conversar e, depois, extorquir homens, geralmente com mais de 30 e 40 anos e com boa situação financeira. 

"É um grupo que cria perfis falsos em redes sociais, geralmente de mulheres jovens e, a partir daí, pega algumas vítimas que são adicionadas nas redes sociais e passam a conversar. Depois migram para outro aplicativo de mensagem e passam a trocar conversas íntimas de cunho sexual, vídeos, fotos, entre dois interlocutores, só que já fazendo parte de um esquema criminoso em que a vítima não tem conhecimento. A seguir, uma terceira pessoa, depois de alguns dias, faz contato com a vítima e passa a chantagear com base nesse material que foi colhido, aí faz extorsões para evitar a divulgação com familiares e polícia", declarou o delegado.

Golpe semelhante foi notícia no 4oito

Ainda em maio deste ano, a equipe do Portal 4oito foi procurada para uma denúncia de um golpe semelhante ao investigado pela Operação. Na ocasião, uma vítima acabou depositando R$ 30 mil na mão do grupo criminoso, após terem se passado também por um perfil falso. 

Tempo de investigação

As investigações vinham sido feitas pela Polícia Civil há 15 meses, mas a Polícia acredita que os criminosos já estavam há algum tempo agindo. "Já existia essa atuação, claro que durante esse período de investigação foi se aprimorando e criando mecanismos. É um grupo muito articulado e planejado que demandou um grane esforço de investigação da DIC para chegar nessa autoria", pontuou Yuri. 

Todos os quatro presos são de Criciúma e Içara, visto que o núcleo é daqui. A parte inicial da operação já foi concluída e agora a Polícia Civil irá verificar o material que foi recolhido e dará início às oitivas e interrogatórios.  A DIC contou com o apoio do helicóptero do Serviço Aeropolicial (Saer) na manhã desta terça-feira, 7, na área central de Criciúma.

Aletheia

O nome da operação, Aletheia, se deve a uma personagem da mitologia grega associada à verdade. Citada em uma das fábulas de Esopo, com o ensinamento de que algo falso pode às vezes começar com sucesso, no entanto, com o tempo, a verdade "Aletheia" prevalecerá (fáb. 530).

Ouça a entrevista do delegado Yuri Miquelluzzi à Rádio Som Maior:

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