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Faz mais de 50 anos que Osmar Rocha tem comércio no Centro de Criciúma. A Rocha Magazine está localizada na Praça Nereu Ramos desde o tempo que este logradouro ainda não tinha calçada. O empresário foi o entrevistado do Nomes & Marcas deste fim de semana, contando as histórias destas cinco décadas, frisando o começo da vida como alfaiate.
“Meu pai sempre foi comerciante, ele tinha um armazém que tinha de tudo. O meu irmão se tornou alfaiate e o meu pai mandou eu ir aprender com ele. Então com 13 anos segui este caminho”, recordou. Isso na localidade de Rio dos Anjos, que pertence a Araranguá. Na década de 1950 Criciúma se desenvolvia tocada a carvão, então seu irmão arriscou e abriu uma loja na Próspera.
Segundo ele, nas missas de domingo todos os homens iam de terno e gravata, geralmente com paletó branco. Os mineiros tinham um bom salário e conseguiam fazer ternos novos quase todos os meses. Não demorou para que ele viesse trabalhar com o irmão, ajudando a tocar o negócio que já fazia bastante sucesso.
“Nós tínhamos como clientes desde ajudantes de mineiros até os chefes de minas. Quando eu vim para cá ele estava sozinho com os alfaiates, mas precisava de alguém para ajudar a organizar na alfaiataria”, lembrou Osmar Rocha. No começo dos anos 60 o seu desejo era entrar para a aeronáutica, justamente quando conheceu a esposa, cancelando o sonho.
A ida para o Centro
As ruas não eram pavimentadas, dificultando a ida do Centro de Criciúma até a Prospera. Já com clientes espalhados pela cidade toda, uma nova unidade foi aberta. Osmar ficou cuidando da primeira loja, enquanto o irmão foi conduzir a recém inaugurada. O comércio não parou de crescer e os serviços se diversificaram.
“Com a alfaiataria da Próspera a gente sentiu a necessidade de abrir uma no Centro, foi então que abrimos na Coronel Pedro Benedet. Como tínhamos a alfaiataria que só fazia sob medida, alguns clientes perguntavam se não vendíamos camisas, então começamos a colocar meias, gravatas e surgiu aquela sala que estamos até hoje”.
Roupas exclusivas
Na Rocha Magazine os homens escolhiam os tecidos, as medidas eram tiradas e as roupas produzidas. “Eu precisava ter mercadorias para vender e não se encontrava tecidos para ternos. Quando eu tava com o Rocha Magazine, já por volta de 1965, as vezes eu ia de carro, em Sorocaba tinha uma fábrica de linho e eu me arriscava”, contou.
E a concorrência?
Aos 83 anos ele continua abrindo e fechando a Rocha Magazine. A empresa vende com exclusividade peças de algumas marcas. E como Osmar não estudou a profissão, buscava outras qualificações. “Eu participava de todas as convenções que tinham no Brasil e sempre tinham aqueles grande alfaiates fazendo palestras, cada um com as suas experiências”, concluiu.
