Depois de quase cinco anos, a tarifa do transporte coletivo sofre reajuste em Criciúma. O Diário Oficial do Município anunciou nesta sexta-feira (28) que a passagem passa a R$ 4,45 nos cartões CriciúmaCard Cidadão e CriciúmaCard Vale Transporte a partir da 0h de domingo (30). Levando-se em conta que, até então, a tarifa no cartão era de R$ 3,90, o aumento em valores absolutos foi de R$ 0,55. A tarifa em dinheiro, que era de R$ 4,25, foi abolida com o início da pandemia de Covid-19 e nem está estabelecida no decreto publicado nesta sexta. Logo, depreende-se que continuará não havendo a possibilidade de pagar pelo uso do ônibus em moeda circulante.
O prefeito Clésio Salvaro justificou o aumento por uma tentativa de "trazer equilíbrio financeiro às empresas que vem enfrentando dificuldades principalmente desde o início da pandemia". A queda do número de passageiros, que já vinha ocorrendo gradualmente ano após ano no sistema, agravou-se a partir das duas ocasiões em que o serviço foi suspenso, entre março e junho e de julho a agosto de 2020.
Ainda nos novos valores, a tarifa para professores passa para R$ 3,34 (era R$ 2,92 antes, aumento de R$ 0,42) e dos estudantes passou de R$ 1,95 para R$ 2,22 (incremento de R$ 0,27). Em percentual, o Município anuncia que o aumento foi de 14,1%.
“O grande desafio a partir de agora é reconquistar o passageiro para o sistema. Por isso, também, chegamos a uma mudança que buscou, ainda, minimizar os impactos financeiros aos usuários”, explicou Salvaro.
Em recente entrevista à Rádio Som Maior, o analista administrativo financeiro da Associação Criciumense de Transporte Coletivo (ACTU), Vilson Amaral, comentou que a frota nas ruas continuava reduzida em determinados horários pela falta de demanda. "Até novembro, estávamos transportando no máximo 70% do que já atingimos, ou seja, uns 33 mil passageiros por dia", referiu. "Temos análise constante. Se você for nos terminais do Pinheirinho e Próspera, por exemplo, vai observar que há ônibus saindo com 2 ou 3 passageiros", pontuou. Ele relatou que essa queda tornou-se aguda em junho de 2020, no primeiro retorno do serviço durante a pandemia, alcançando de 1 mil a 5 mil passageiros/dia na volta do sistema, que antes transportava, em média, até 55 mil passageiros por dia.
A prefeitura anunciou que a decisão de reajuste foi tomanda em conjunto com o Conselho Municipal de Transportes. “Com a mudança, Criciúma segue tendo a menor tarifa do estado de Santa Catarina”, garantiu o prefeito.