O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, está entre os presos da Operação Chabu, que a Polícia Federal (PF) desenvolve na manhã desta terça-feira, 18. A operação desarticula uma organização que quebrava o sigilo de operações policiais em Santa Catarina. Estão sendo cumpridos 30 mandados. Loureiro foi levado logo cedo, nas primeiras horas da manhã, para a superintendência da PF na Capital.
Entre os presos, conforme o jornalista Marcelo Lula, estão também o ex-secretário de Estado da Casa Civil do governo Eduardo Moreira, Luciano Lima, e o delegado Fernando Amaro de Moraes Caieron. Há ordens judiciais sendo cumpridas também nas regiões de Itajaí e Balneário Camboriú.
A rede que realizava diversas práticas ilícitas veio à tona a partir de análises feitas pela Polícia Federal em materiais apreendidos durante a Operação Eclipse, de agosto do ano passado. Os investigados podem responder por associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa e tentativa de interferir em investigação penal.
Prefeito era aguardado em inauguração
Gean Loureiro era aguardado, com sua comitiva, na inauguração da Via Expressa, visita que acabou, obviamente, sendo cancelada. Na prefeitura, assessores estão em reuniões permanentes e sem contato. Em nota, conforme o ND Mais, o chefe de gabinete Bruno Oliveira informou que vai divulgar uma posição apenas quando houver "informações concretas sobre o caso da PF". "Peço paciência de todos porque precisamos ter informações também”, escreveu. O prefeito desfiliou-se recentemente do MDB.
Operação Chabu
A operação tem esse nome pois remete a "vai dar problema, dar errado, falha no sistema". O termo, conforme a PF, era empregado por alguns dos investigados visando repassar o recado, entre eles, de que operações policiais estavam por acontecer, o que remetia ao vazamento de informações que está no centro das apurações agora tornadas públicas.
A rede envolvida conta com políticos, empresários e servidores da PF e Polícia Rodoviária Federal (PRF) lotados em órgãos de inteligência e investigação. O objetivo constante do vazamento por eles realizado era dar proteção ao núcleo político envolvido, em troca de vantagens. Além do repasse das informações, a operação apurou até contrabando de equipamentos de contra inteligência. Com eles eram montadas estruturas à prova de monitoramento nos órgãos públicos e empresas envolvidos no esquema.